Umuarama – Um fato inusitado na história da região Noroeste do Paraná surpreendeu a todos que acompanhavam a sessão de segunda-feira à noite da Câmara de Umuarama. A monotonia da Casa foi quebrada quando o vereador Hemerson Yokota (PR), que estava afastado por determinação judicial, pediu para ocupar a tribuna e leu carta renunciando ao mandato.
No documento, o agora o ex-vereador afirmou que a decisão foi tomada em respeito à família, amigos eleitores, à comunidade japonesa e população umuaramense, e que a partir de agora irá se dedicar integralmente à sua defesa no processo por corrupção a que responde desde dezembro do ano passado, quando passou um dia preso sob acusação de cobrar propina de um empresário do setor de móveis para facilitar a aprovação de projeto de doação de terrenos na Câmara.
Quero exercer de maneira tranquila e transparente minha ampla defesa diante dos fatos que a mim são imputados e não condizem com a verdade, relatou Yokota na carta, ressaltando, no entanto, que seguirá mantendo silêncio em torno da investigação para contribuir com o andamento do inquérito policial instaurado.
O caso
Eleito em 2012 com mais de 2,3 mil votos, Hemerson Yokota era membro das comissões de Economia, Finanças e Fiscalização e de Educação, Cultura, Bem-Estar Social e Ecologia.
Em dezembro de 2015 ele foi preso em um clube da cidade após receber R$ 25 mil em dinheiro pela aprovação de projeto que iria beneficiar o empresário denunciante. Segundo a polícia, o valor exigido inicialmente pelo vereador era de R$ 80 mil e foi reduzido para R$ 60 mil – os R$ 35 mil restantes seriam pagos em uma segunda parcela.
