Cascavel Os números do Lote 3 do Anel de Integração, que compreende o trecho de 387 km da BR-277 entre Foz do Iguaçu e Guarapuava, foram apresentados em detalhes por diretores da Ecocataratas durante encontro na manhã de ontem, na Acic. Coube ao diretor Evandro Viana fazer a explanação, feita um dia depois de a Assembleia Legislativa lançar a Frente Parlamentar contra a Prorrogação do Pedágio.
Viana informou que o tráfego nesse trecho está 15% abaixo do estimado inicialmente, mas ainda assim a receita da empresa em 2015, considerando acessórios (locação de veículos, placas publicitárias e outros) foi de R$ 274 milhões. Desse montante, R$ 74 milhões foram destinados a investimentos, R$ 90 milhões para despesas e R$ 51 milhões pagos em impostos, entre outros.
De 1998 até o ano passado, o total da receita da concessionária, segundo Evandro Viana, foi de R$ 2,3 bilhões. Desse montante, R$ 1 bilhão foram usados para cobrir despesas, R$ 600 milhões para investimentos e R$ 357 milhões pagos em impostos.
O diretor da concessionária disse também que o contrato original previa 159 quilômetros de duplicação, nos trechos entre Cascavel e Santa Terezinha de Itaipu e entre Guarapuava e Cascavel. No entanto, com o aditivo que reduziu tarifas, feito ainda no Governo Roberto Requião, as obras de aumento de capacidade de fluxo foram retiradas do contrato e deixaram de ser obrigação da concessionária.
Evandro apresentou um histórico da concessão do Lote 3 e fez questão de deixar claro que todas as informações, de forma detalhada, são mensalmente repassadas ao DER (Departamento de Estradas de Rodagem), negando assim a existência de uma caixa preta. Disse ainda que Ecocataratas faz parte do grupo Ecorodovias, que detém sete concessões em âmbito nacional, atua em seis estados e gere mais de 5,6 mil quilômetros, por onde passam anualmente 170 milhões de veículos.
DECISÃO DA UNIÃO
Durante a reunião na Acic, Evandro Viana esclareceu os empresários sobre algumas distorções que estão acontecendo em torno do assunto. Segundo ele, o que concessionárias e poder público debatem neste momento não é a prorrogação dos atuais contratos, diferentemente do que creem os deputados integrantes da Frente instalada pela Assembleia, mas sim outro contrato com base em um novo modelo de concessão. E deixou claro que qualquer decisão a respeito não caberá ao Governo do Paraná, mas sim à União, via Ministério dos Transportes, uma vez que as rodovias pedagiadas são todas federais.
REGIÃO MAIS PREJUDICADA
As cidades oestinas são as mais prejudicadas pelo atual modelo de pedágio, avaliou ontem o deputado Leonaldo Paranhos. “Sem nenhum demérito às demais regiões, mas o Oeste, além da sua produção que é escoada pela rodovia até o Porto de Paranaguá, teve pouquíssimos investimentos”, criticou o parlamentar, ressaltando que um caminhão de seis eixos gasta de Foz a Paranaguá R$ 995,60 só de pedágio.