
? Os terroristas contam com ter muita gente assistindo,o que pode ser ainda melhor do que ter muitos mortos ? afirmou Frank Foley, especialista em terrorismo no Departamento de Estudos de Guerra na King?s College, em Londres. ? O autor parece ter escolhido armas relativamente rudimentares e não houve explosão, mas o alvo era muito proeminente, rapidamente tomando toda a imprensa. Londres 2203
Analistas britânicos dizem que o atentado também marcou uma saída do relativo sucesso britânico em se defender de ataques, particularmente em comparação com França e Bélgica. O Reino Unido tem sido razoavelmente tranquilo, acredita Steve Hewitt, que estuda vigilância e terror na Universidade de Birmingham. Exceções notáveis? Os ataques suicidas de 2005 em Londres e os assassinatos do soldado Lee Rigby, em 2013, e da deputada trabalhista Jo Cox, no ano passado. Hewitt sugeriu que a boa defesa dos britânicos se deve à perícia das forças de segurança, bem como a experiência com o terrorismo do Exército Republicano Irlandês (IRA).
? É difícil fazer uma afirmação de que o ataque represente uma escalada. É algo bastante raro no Reino Unido. É realmente um tanto surpreendente que não haja acontecido mais destes antes ? avaliou Hewitt, destacando o papel da estrita regulamentação das armas de fogo na redução de ataques em massa.
Naturalmente, porém, o risco de atropelamentos está sempre presente. Como se para alguém dirigindo na rua que decide jogar seu carro contra pedestres? A resposta tornou-se cada vez mais vital nos últimos anos, quando terroristas começaram a mudar táticas. No passado, o foco era em ataques em grande escala, que envolviam dezenas de pessoas e treinamento meticuloso. Mais recentemente, porém, grupos como Estado Islâmico e al-Qaeda defenderam mais atos espontâneos de terror, por todos os meios necessários. E enfatizaram o potencial dos automóveis não só como carros-bomba, mas como armas imprevisíveis.
Já em 2010, o ramo iemenita da al-Qaeda incentivou o uso de caminhões como uma arma. ?Usem-nos como uma máquina de cortar relva, não para cortar grama, mas para cortar os inimigos de Deus?. O artigo inclui dicas sobre como maximizar vítimas e escolher os melhores veículos. Em 2014, Abu Muhammad al-Adnani, porta-voz do Estado Islâmico, disse a espectadores: ?Se você não conseguir encontrar um explosivo ou uma bala, escolha o descrente quebrando a cabeça dele com uma pedra, matando-o com uma faca ou executando-o com seu carro.? Numa revista do Estado Islâmico, um artigo de novembro passado elogiava o uso de caminhões para causar um ?banho de sangue?.
? Chegamos a um ponto em que as organizações terroristas querem criar um ambiente no qual possam atingir qualquer lugar a qualquer momento, usando qualquer método ? disse um funcionário europeu de segurança a meus colegas no ano passado.