A usina binacional de Itaipu, localizada na fronteira entre o Brasil e o Paraguai, projeta fechar o ano de 2019 com algumas de suas melhores marcas em produtividade e performance, em 35 anos de geração de energia elétrica.
Em grande parte, isso se deve ao fato de que 2019 foi o ano mais seco desde o início de sua operação, em 1984, o que levou as equipes da usina a tirarem o melhor proveito possível da quantidade reduzida de água que chegou ao reservatório.
“Itaipu mais uma vez atesta que está pronta para produzir com excelência, mesmo diante de um cenário hidrológico adverso”, afirmou o diretor-geral brasileiro da Itaipu, general Joaquim Silva e Luna.
“Fazer mais com menos não é fácil e isso só foi possível devido à competência técnica, dedicação e comprometimento diário de nossas equipes binacionais”, completou o diretor técnico executivo da Itaipu, Celso Torino.
Os bons resultados em produtividade da hidrelétrica, que é a maior geradora de energia limpa e renovável do planeta – com 103,1 milhões de megawatts-hora (MWh) em 2016 e mais de 2,6 bilhões de MWh acumulados – podem ser atestados por diversos indicadores.
O primeiro deles é o que estabelece a relação direta entre a quantidade de energia gerada com a vazão turbinada (o volume de água que passou pelas unidades geradoras, medido em metros cúbicos por segundo). Em 2019, a Itaipu atingirá seu melhor valor histórico, de 1,078 MW médios/m3/s.
A eficiência do aproveitamento da água também pode ser medida pelo FCO (Fator de Capacidade Operativa) que mede a quantidade de água que efetivamente passou pelas turbinas, considerando os limites do projeto, ao invés de passar pelo vertedouro.
O FCO captura os esforços das equipes técnicas da Itaipu para evitar a chamada vertida turbinável, ou seja, a água que poderia ter produzido energia mas que por alguma descoordenação resultou em vertimento. O FCO de 2019 foi de 99,3% que é mais um número de excelência dentre os indicadores da usina.
Outro indicador positivo é o FDO (Fator de disponibilidade de unidades geradoras) que indica o percentual de tempo em que os geradores estavam prontos para atender as demandas dos sistemas elétricos do Brasil e do Paraguai. Em 2019, esse índice foi de 97,53% ou seja, novo recorde de disponibilidade das unidades geradoras de Itaipu superando o recorde anterior que foi obtido em 2018.
Isso significa que as paradas de máquinas devido às manutenções programadas somadas às indisponibilidades forçadas representam menos que 2,5% do período, resultando em mais um excelente índice.
A indisponibilidade forçada, inclusive, que reflete os desligamentos não previstos, foi de apenas 0,1%, ou seja, um dos menores valores dentre as usinas hidrelétricas.
Segurança
A segurança operacional da usina e a qualidade do atendimento aos sistemas interligados são monitoradas pelos indicadores SOP e ISIN, respectivamente. O SOP provê informações em tempo real sobre a segurança da usina e subestações e o ISIN, fornece informações de como está o atendimento da Itaipu para os clientes ANDE e Eletrobras.
Até o mês de novembro deste ano o ISIN apresenta um índice médio anual de 85,4%, sendo classificado como “bom”. Neste ano, o SOP apresentou uma média de 95,92%, índice considerado “ótimo”.
O ano terá, ainda, uma importante marca relacionada ao suprimento de energia ao Paraguai: o intercâmbio anual com a Ande (estatal paraguaia equivalente à Eletrobras, do Brasil) deverá superar os 15 milhões de MWh.
Energia vinculada
No último sábado (14), a Itaipu atingiu a marca de 75,13 milhões de MWh de suprimento, valor correspondente à chamada energia vinculada, que a Itaipu é obrigada contratualmente a produzir todos os anos e cuja tarifa permite à empresa pagar todas as suas despesas e compromissos. Essa quantidade de energia é calculada com base nas vazões históricas do rio Paraná e está associada aos menores valores registrados.
Os 75 milhões de MWh da energia vinculada seriam suficientes para abastecer o Brasil por um mês e 27 dias ou o Paraguai por cinco anos, três meses e 13 dias. Bastariam ainda para suprir o estado de São Paulo por seis meses e 28 dias; Curitiba por 16 anos, sete meses e 24 dias ou ainda Foz do Iguaçu por 132 anos, seis meses e um dia.