Cascavel – Pacientes nos corredores. Essa é a realidade diária da UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) Pediátrica em Cascavel. Segundo uma paciente, que está com o filho internado no local há dois dias, a situação é revoltante. Estou no corredor e não tem previsão de ir para um quarto. Talvez meu menino receba alta antes de ter uma acomodação, disse a mulher que entrou em contato com o Jornal O Paraná e preferiu não se identificar.
Segundo ela, até que a criança fosse internada, precisou ficar horas aguardando. Eles dizem que é atípica a falta de médico, mas desde que tive meu filho, há dois anos, e preciso de atendimento médico, é sempre assim.
O local, de acordo com a Secretaria de Saúde, tem capacidade para 40 leitos, que não são destinados a internamentos e sim para observação de curta e longa permanências. Conforme nota, o tempo máximo de permanência de um paciente deveria ser de até 24 horas, o que na prática não ocorre. Perguntei para as enfermeiras e hoje [ontem] têm 60 pessoas internadas. Isso é 50% a mais do que a capacidade da unidade.
Na recepção, a superlotação e o caos são os mesmos de segunda-feira, quando a reportagem de O Paraná foi chamada por vários pais que estavam revoltados com a demora e a falta de profissionais atendendo.
Na oportunidade, quatro médicos estavam escalados, três fazendo atendimento interno e apenas um no consultório. A mesma situação ocorria ontem. Não há respeito pelo cidadão, quem chega aqui na UPA para ser atendido tem que estar morrendo para não ficar por horas esperando, disse Elaine Santos Lima, ainda na segunda-feira.
Na terça-feira, após a publicação de reclamações dos pais, o médico pediatra Nivaldo Costa, que trabalha há 40 anos atendendo crianças, entrou em contato com a reportagem reforçando a falta de profissionais no local. Antes de ser exonerado trabalhei na UPA e via o que acontecia lá. Esses relatos dos pais é apenas uma camada superficial do que ocorre diariamente. A demanda é constante e infelizmente nada é feito para mudar um problema de anos.