Cascavel – Os órgãos de trânsito sempre reforçam, principalmente no começo do ano letivo, a importância de os pais tomarem uma série de cuidados ao contratarem o serviço de transporte para os seus filhos, as conhecidas vans escolares. No início desta semana, um flagrante chamou a atenção até dos servidores da Transitar que, após receberem uma denúncia, flagraram um veículo utilitário que, inicialmente, teria outra finalidade, realizando o transporte de 13 alunos em um espaço que tem capacidade para o transporte de apenas 5 crianças, com segurança.
Uma foto que foi feita pelos servidores que flagraram a situação chama bastante atenção e demonstra a forma que as crianças estavam sendo transportadas, todas apertadas, “uma no colo da outra”. No espaço detrás do utilitário, que era utilizado para a venda de ovos, também tinham crianças. E com o material escolar e o número de crianças, não havia espaço para que o transporte fosse feito de forma segura e minimamente confortável. Detalhe: toda sem o cindo de segurança.
José Valdecir Martins, supervisor do setor de fiscalização da Transitar, que comandou a operação, relatou que as crianças maiores tinham 7 anos e que o transporte não oferecia nenhuma segurança, pelo o contrário. “Se tivesse um acidente, mesmo que fosse pequeno, com este veículo, com certeza seria uma grande tragédia. Por isso, trabalhamos neste tipo de fiscalização e de identificação deste tipo de transporte que não segue as normas de trânsito”, disse.
Martins descreveu que o setor recebeu uma denúncia deste transporte e que estava acompanhando a situação há alguns dias e que conseguiu abordar o condutor logo após ele ter embarcado as crianças. Segundo ele, o transporte era feito no período da manhã e no fim da tarde, já que os alunos que frequentam a Escola Municipal Quintino Bocaiúva, no Bairro Cataratas, ficam em tempo integral na escola. A maioria das crianças mora no Bairro Cascavel Velho.
Logo após ser abordado, o veículo foi guinchado e os pais acionados para buscar as crianças, quando confirmaram que pagavam certo valor para o motorista transportar os filhos daquela forma. O motorista foi autuado pelo transporte irregular de passageiros e de executar o serviço sem a devida liberação, ou seja, sem estar licenciado (clandestino). Além desta denúncia, o setor está ainda investigando pelo menos mais duas situações semelhantes em outros bairros da cidade.
Alerta reforçado
Diante da situação, o supervisor da Transitar reforçou a importância de os pais se atentarem aos perigos que este tipo de transporte traz e que, ao contratarem um serviço de transporte escolar, exijam que o motorista tenha a sua licença validade pelo o órgão de trânsito. Quem tiver denúncias pode fazer por meio do canal de ouvidoria pelo telefone (45) 99135 5207, de forma anônima, mandando mensagens de voz, vídeo ou informação.
Atualmente, existem 98 veículos que são licenciados pela Transitar para realizar os serviços de transporte escolar, já que existe todo um processo que é feito por meio de licitação. A próxima ocorrerá apenas em 2027 e, para conseguir a liberação, os veículos passam pelo o crivo dos funcionários, que avaliam os itens de segurança básico e toda documentação tanto do veículo quanto do condutor.
Vistorias garantem segurança
Conforme Martins, as vistorias são fundamentais para garantir a segurança dos estudantes. Elas permitem identificar e corrigir potenciais problemas nos veículos, assegurando sua conformidade com normas de segurança e garantindo a regularidade da documentação, reduzindo, assim, os riscos durante o transporte dos estudantes. A frota vistoriada recebe o selo da autarquia, indicando que o veículo está apto a fazer o transporte de estudantes pelo período de seis meses e no meio do ano, nova vistoria é realizada.
Em março do ano passado, após a tragédia envolvendo um ônibus que transportava alunos da Apae no município de Jandaia do Sul e, no dia seguinte, outro acidente com um ônibus de Três Barras do Paraná, a Transitar e outros órgãos de trânsito da cidade, como a Polícia Militar e Polícia Rodoviária Federal passaram a realizar a “Operação Anjo da Guarda”, em alusão à proteção das crianças, que é realizada regularmente.