SÃO PAULO, BRASÍLIA – O presidente interino Michel Temer chegou a sua residência, em São Paulo, no fim da tarde deste sábado. Meia hora depois, recebeu a visita do presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, que durou cerca de duas horas.
Em abril passado, quando ainda articulava a formação do ministério, Temer se reuniu com Skaf e com Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central no governo Lula e agora ministro da Fazenda. Na época, Skaf disse que não aceitaria aumento de impostos.
Na sexta-feira, ao falar pela primeira vez na condição de ministro, Meirelles afirmou que o Brasil precisa de “medidas concretas”, que não sejam revertidas, e admitiu que o reequilíbrio das contas públicas pode necessitar de algum “tributo temporário”, sem citar a CPMF.
Numa entrevista à TV Globo, perguntado se seria retirada do Congresso a Proposta de Emenda Constitucional que recria a CPMF, Meirelles afirmou que a medida estava sendo discutida e que é preciso primeiro analisar a situação, uma vez que no momento existem despesas e encargos não conhecidos.
Ao deixar a casa de Temer, Skaf negou que tenha conversado sobre a CPMF:
– Não falamos nada disso – limitou-se a dizer.
Há uma expectativa que Temer também se encontre com Meirelles neste fim de semana e com outros integrantes da equipe econômica. O tema deve ser a escolha de um nome para o Banco Central.
Carro substitui helicóptero
A segurança foi reforçada nas imediações da casa do presidente interino, que fica no Alto de Pinheiros, na zona Oeste de São Paulo. Sete viaturas da Polícia Militar e vários seguranças aguardaram a chegada de Temer e sua família. Grades de contenção foram colocadas para proteger o imóvel e a imprensa foi mantida à distância, do outro lado da rua.
Ao deixar Brasília, Temer rompeu com um hábito de Dilma Rousseff. Abriu mão do helicóptero presidencial e se deslocou do Palácio do Jaburu para a Base Aérea de Brasília no carro oficial. A distância é de 20 km. Ele embarcou acompanhado da mulher, Marcela, e do filho caçula, Michelzinho.
Dilma raramente fez este percurso de carro, mesmo com as facilidades que um presidente tem para circular no trânsito, como os batedores. Além disso, em Brasília, a principal via da cidade, o Eixão, tem uma pista exclusiva para o carro do presidente.
Temer deverá retornar a Brasília na segunda-feira.