FOZ DO IGUAÇU

Técnicos de Itaipu fazem a transferência de dourados para tanques-rede no reservatório da usina

Técnicos da Itaipu realizam transferência de peixes dourados para estudo pioneiro. Conheça os detalhes dessa pesquisa promissora - Foto: William Brisida/Itaipu Binacional
Técnicos da Itaipu realizam transferência de peixes dourados para estudo pioneiro. Conheça os detalhes dessa pesquisa promissora - Foto: William Brisida/Itaipu Binacional

Foz do Iguaçu - Técnicos da Divisão de Reservatório da Itaipu concluíram, nesta quinta-feira (6), a transferência de 3.460 peixes da espécie dourado (Salminus brasiliensis) para tanques-rede no lago da Binacional. Esta é a segunda etapa de uma pesquisa inédita que avalia a viabilidade técnica e comercial da criação dessa espécie por pescadores e piscicultores da região.

Crescem rápido

De acordo com o engenheiro agrônomo André Watanabe, os peixes, que chegaram a Foz do Iguaçu em 14 de janeiro com 60 gramas, cresceram rapidamente, ganhando 20 gramas em três semanas. A transferência antecipada foi possível devido à temperatura ideal da água (30°C), que acelera o crescimento. “Queremos aproveitar essa fase até a chegada do inverno para otimizar o ganho de peso“, explicou Watanabe.

A primeira etapa envolveu a remoção dos peixes do sistema de bioflocos, que permite o reuso da água por meio de alta tecnologia. Após a aclimatação, os peixes foram transferidos para tanques de 2m x 2m com capacidade de 7m³, onde serão monitorados e pesados a cada 15 dias. Quando atingirem 200 gramas, serão transferidos para tanques maiores.

Pesquisas

Pesquisas sobre criação de peixes em tanque-rede já acontecem com tilápia e pacu no lago de Itaipu, mas essa é a primeira vez que o dourado é estudado. O objetivo é entender seu potencial em sistemas de piscicultura e a viabilidade de sua produção comercial para pequenos piscicultores. “Queremos descobrir o tempo e o custo para produzir o peixe e, assim, atender mercados e restaurantes da região“, disse Watanabe.

A equipe espera que, em cerca de um ano, os peixes atinjam mais de 1,5 kg, tamanho adequado para comercialização. De um total de 6 mil alevinos, 3.460 foram transferidos para tanques-rede, e os outros 2.540 permaneceram no sistema de bioflocos, permitindo a comparação dos métodos de produção.

Sistema de bioflocos

O sistema de bioflocos utiliza bactérias para tratar a amônia produzida pelos peixes, gerando nitrato, que é consumido por plantas aquáticas. Em comparação, para cada quilo de peixe produzido no sistema de bioflocos, são consumidos 500 litros de água, enquanto um sistema convencional utiliza de 18 a 30 mil litros, o que pode poluir rios e lagos.

Fonte: Itaipu