Cotidiano

Serviço das Barcas registra queda no número de passageiros

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NITERÓI ? Inaugurado em outubro de 1835, o serviço regular de travessia marítima da Baía de Guanabara feito por barcas não vive um bom momento. O quadro econômico ruim pelo qual atravessa o país gera reflexos também no balanço da CCR Barcas, responsável por operar o modal no Estado do Rio desde 2012.

De acordo com o balanço publicado em maio pelo Grupo CCR, a receita bruta das Barcas registrou queda de 2,7% no primeiro trimestre deste ano comparado com o mesmo período de 2015. O documento mostra, ainda, que o número total de passageiros no sistema caiu 7,3% em igual período ? a maior queda (22,8%) foi verificada no trajeto Rio-Charitas, feito apenas com catamarã. No trajeto Praça Quinze-Arariboia, a redução nos passageiros foi de 5,6%.

As incertezas acerca do serviço, principalmente do trecho que liga a Praça Quinze a Charitas, podem afetar a eficiência da Transoceânica, principal obra de mobilidade urbana executada hoje em Niterói. Em entrevista ao GLOBO-Niterói em outubro de 2015, o prefeito Rodrigo Neves (PV) afirmou que a requalificação da estação hidroviária de Charitas e a inclusão de uma linha com tarifa social (hoje a R$ 5,60; a tarifa do catamarã custa R$ 15,40) é essencial para o sucesso do corredor.

? A TransOceânica vai melhorar a sua performance caso a gente consiga implantar em Charitas os preços da estação Araribóia. Ainda não tem uma decisão, mas eu não trabalho com a hipótese de não acontecer ? afirmou, na ocasião, o prefeito.

A negociação para as obras de adaptação do terminal rodoviário e para a operação de uma linha social do serviço ocorre em um contexto de reformulação do contrato. Em outubro do ano passado, a CCR Barcas procurou o governo do estado para propor a devolução da concessão, alegando desequilíbrio financeiro.

Em nota, a Secretaria estadual de Transporte afirmou apenas que está em curso um estudo de modelagem da nova licitação pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). A pasta, porém, não informou a previsão de conclusão do estudo.

A CCR Barcas informou que o contrato não prevê linha social no trajeto Praça Quinze ? Charitas. ?Qualquer projeto de uma nova linha deve ser avaliado e desenvolvido pelo governo do Estado?, diz em nota.