Curitiba – Estudo realizado pela KPMG para a Abcon (Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto) revela quais são as demandas de investimento por estado no saneamento para os próximos 14 anos, a fim de atender às metas de universalização do Plansab (Plano Nacional de Saneamento Básico) até 2033.
O Paraná, por exemplo, precisaria investir R$ 13,33 bilhões no período (R$ 952 milhões por ano) para atingir as metas estabelecidas pelo Plansab. Esse total inclui obras em ampliação de extensão de redes, adutoras, construção de estações de tratamento de água e esgoto, elevatórias, reservatórios, ligações de água, cisternas, poços artesianos, redes coletoras de esgoto, coletores-tronco, ligações de esgoto e tanques sépticos.
Considerando todos os estados do Sul, o investimento necessário para a região é de R$ 88,62 bilhões. A região Sudeste, mais populosa, é a que mais demandará investimentos (R$ 175 bilhões para o período), seguida do Nordeste (R$ 135 bilhões).
Fundada em agosto de 1996, a Abcon congrega empresas privadas prestadoras de serviços públicos de água e esgoto, bem como outras empresas ligadas direta ou indiretamente à cadeia produtiva do setor de saneamento básico.
No País
Segundo a pesquisa da KPMG, o Brasil precisa de um investimento de R$ 497 bilhões para os próximos 14 anos para universalizar o saneamento no País, equivalente a R$ 35,5 bilhões por ano. Os valores são mais de três vezes o investimento realizado em 2017 (R$ 10,9 bilhões, segundo o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento).
Se forem considerados os custos para compensar a depreciação de ativos, o investimento total no saneamento chega a R$ 700 bilhões, ou cerca de R$ 50 bilhões/ano (cinco vezes a média investida por todo o setor nos últimos anos).
Uma alternativa para expandir o investimento no setor é contar com mais recursos privados. A Medida Provisória 868, que estabelece um novo marco legal para o saneamento e induz ao investimento no setor por meio de licitações e diretrizes federais de regulação, deve entrar em votação durante esta semana. O prazo máximo para a aprovação da MP 868 é o dia 3 de junho.
Outro estudo, realizado pelo Instituto Trata Brasil, mostra que o País deixa de gerar R$ 1,2 trilhão em benefícios econômicos e sociais ao deixar de investir o necessário na infraestrutura de água tratada e esgotamento sanitário.