SÃO PAULO. O Diretório Nacional do PT foi condenado pela Justiça a pagar R$ 3,6 milhões em valores atualizados em uma ação de improbidade administrativa sobre um esquema de arrecadação de propina com empresas que prestavam serviço para gestão do prefeito de Santo André, Celso Daniel, morto em 2002. Na mesma ação, também foram condenados, entre outros, Gilberto Carvalho, ex-chefe de gabinete do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Ronan Maria Pinto, empresário que está preso no âmbito da Operação Lava-Jato, e Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, apontado pelo Ministério Público como mandante do assassinato de Daniel.
“A minuciosa apreciação da prova, não obstante o esforço e o consistente trabalho dos patronos dos demandados, conduz à segura conclusão de que no segundo mandato de Celso Daniel à frente do Poder Executivo de Santo André organizou-se e implementou-se verdadeira organização criminosos, articulada com o propósito de extorquir empresários do ramo de transporte público”, afirma o juiz Genilson Rodrigues Carreiro, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Santo André,em sentença do último dia 13.
O juiz conclui que os valores cobrados dos empresários servia para bastecer campanhas do PT pelo país no âmbito municipal, estadual e nacional. “Inegável que os líderes políticos do Partido dos Trabalhadores da época consentiram e tiraram proveito do esquema criminoso”, assinala o magistrado.