Cotidiano

Programa para redução do desperdício de alimentos inicia ações em junho

A iniciativa envolve diferentes elos da cadeia produtiva e de abastecimento de alimentos e visa estimular o consumo e a produção responsáveis

Programa para redução do desperdício de alimentos inicia ações em junho

Começam neste mês de junho as ações programa para redução do desperdício de alimentos. Desenvolvido pelo Governo do Paraná, por meio da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, e Ministério da Cidadania, o programa reúne ações para reduzir as perdas nos diferentes elos da cadeia produtiva e de abastecimento de alimentos, para estimular o consumo e a produção responsáveis, além da redução do desperdício de alimentos, em sintonia com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e a Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas, da qual o Brasil é signatário.

As ações serão centralizadas no Departamento de Segurança Alimentar e Nutricional (Desan), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento. Atuarão em parceria o Instituto Parananense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Educacional (Fundepar), Ceasa, Bancos de Alimentos, Associação Paranaense de Supermercados (Apras), Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) e Câmara Governamental Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan).

O investimento é de R$ 1,030 milhão nos próximos dois anos, sendo R$ 1 milhão do Governo Federal. O Paraná participa com R$ 30 mil e é responsável por todas as ações. O projeto prevê a realização de levantamento das quantidades desperdiçadas e dos gargalos na cadeia – seja com agricultores, organizações da Agricultura Familiar, escolas, Ceasas, Banco de Alimentos, entidades assistenciais, redes de supermercados e consumidores. Com isso, a redução de desperdício envolverá varejo e consumidores, além de reduzir as perdas de alimentos ao longo da produção e abastecimento, incluindo as perdas pós-colheita.

A primeira reunião de articulação do projeto foi realizada quinta-feira (30), em Curitiba, e reuniu todos os parceiros. Participaram representantes da Sanepar, Associação Paranaense de Supermercados (Apras), Emater, Ceasa, Fundepar, Banco de Alimentos, Secretaria Municipal da Agricultura e do Abastecimento e Câmara de Vereadores de Curitiba

No encontro, o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, destacou a amplitude do projeto. “Será possível aprimorar os sistemas de produção, abastecimento e consumo, implementar o protocolo e apresentar sugestões para o aperfeiçoamento dos marcos legais”, disse Ortigara.

MUDANÇAS DE HÁBITO – Para a diretora do Desan e responsável técnica pelo projeto, Márcia Stolarski, a iniciativa é uma oportunidade de realizar a sensibilização e mudança de hábitos, além de levantar os principais gargalos responsáveis pelas perdas e desperdícios e propor ações para corrigi-los.

“O encontro de articulação foi fundamental para que os parceiros percebessem que o projeto trará benefícios sociais, ambientais e econômicos”, explicou Márcia. Também serão propostas inovações tecnológicas de baixo custo, para reduzir perdas e fornecer alimentos mais seguros, com maior qualidade e valor agregado.

Estimativas incluem o Brasil entre os 10 países que mais desperdiçam comida no mundo, com um descarte aproximado de 30% de tudo do que é produzido para o consumo humano e 15% das calorias totais produzidas. Este descarte gera um prejuízo econômico de cerca de US$ 940 bilhões por ano.

REAPROVEITAMENTO – Nas cinco Ceasas do Paraná (Curitiba, Londrina, Maringá, Cascavel e Foz do Iguaçu) o Banco de Alimentos já promove atividades de aproveitamento, que serão intensificadas com o novo projeto. O Banco funciona em parceria com produtores e permissionários através da coleta e repasse de hortigranjeiros sem padrão de comercialização, porém ainda em boas condições consumo. Estão cadastradas junto ao programa 453 entidades (orfanatos, creches, hospitais públicos, e entidades assistenciais).

Em média, o Banco de Alimentos das cinco unidades no Estado fazem um aproveitamento de 200 toneladas/mês. O novo projeto deve possibilitar o processamento e armazenamento de produtos na Ceasa. “Vamos trabalhar com as entidades beneficiadas, ver quais são os gargalos e ajudá-las a aproveitar melhor os alimentos que recebem”, explicou o diretor agrocomercial da Ceasa, Paulo Ricardo da Nova. Segundo ele, o próximo é aplicar questionários para identificar as dificuldades dessas entidades.

ESCOLAS – O projeto prevê ainda a realização de oficinas com os diferentes públicos, concurso com merendeiras para estímulo ao aproveitamento integral dos alimentos e campanhas de educação alimentar visando o consumo consciente, com distribuição de cartilhas e folders para o público-alvo.