Curitiba De acordo com estudo feito pela equipe técnica da CNM (Confederação Nacional dos Municípios), nos primeiros quatro meses deste ano as 399 prefeituras do Paraná tiveram uma perda real superior a R$ 4 bilhões com o FPM (Fundo de Participação dos Municípios).
Principal fonte de recursos de 70% das cidades do Estado, o FPM caiu de R$ 32,03 bilhões no primeiro quadrimestre de 2015 para R$ 27,93 bilhões no mesmo período de 2016 – diferença de 12,78%. Em termos nominais, a queda é de 4,16%.
Esse cenário preocupante será um dos temas da 19ª Marcha a Brasília, marcada para a próxima semana. Promovida pela CNM com o apoio da AMP e de todas as 19 associações regionais de municípios do Paraná, a marcha vai levar à capital federal prefeitos de todo o País.
“As prefeituras enfrentam uma das maiores crises da sua história. Não há como oferecer a qualidade de vida que os cidadãos precisam sem recursos. Por isso, é fundamental que a sociedade apoie as reivindicações dos prefeitos em Brasília, diz o presidente da AMP (Associação dos Municípios do Paraná) e prefeito de Santo Antônio do Sudoeste, Ricardo Ortina.
OUTROS TEMAS
Na marcha também serão abordadas a Lei 13.165/2015 (que contém novas instruções para as eleições municipais de outubro), as exigências impostas pela legislação para o último ano de mandato dos atuais prefeitos, a prorrogação da Lei dos Lixões, a importância dos consórcios públicos e a derrubada dos vetos da presidente Dilma Rousseff à multa de 30% sobre a repatriação de valores enviados ao exterior e ao pagamento dos royalties do petróleo para as prefeituras.
RECEITA X DESPESA
Ricardo Ortina, que vai liderar a comitiva de prefeitos paranaenses a Brasília, diz que a crise das prefeituras é agravada pelo aumento dos custos operacionais de manutenção da máquina pública e pela elevação das despesas com a folha de pagamentos. Enquanto a receita das prefeituras caiu significativamente neste ano, as despesas só aumentaram. Um exemplo disso está na educação: enquanto o piso do magistério teve um aumento de 11,36%, o Fundeb (Fundo de Valorização do Magistério – uma das fontes de receita utilizada para cobrir essa despesa) cresceu somente 4,53%.