Curitiba – Beto Richa abriu sua agenda oficial ontem em Brasília conversando longamente com o ministro da Saúde, Ricardo Barros. Precisamos buscar solução para uma série de problemas criados pela dificuldade do governo federal em cumprir seus compromissos, afirmou o governador após a reunião, ressaltando que o Estado tem feito um grande esforço para ampliar os recursos orçamentários para a saúde, mas não tem contado com a colaboração da União.
“Estou confiante de que, com o ministro Ricardo Barros, o relacionamento com o ministério vai mudar para melhor. O Estado não pode continuar arcando sozinho com os custos das políticas de saúde, sem as contrapartidas pactuadas pelo governo federal e que não são cumpridas”, acrescentou Richa, que estava acompanhado do secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto, e também manteve audiências em outros ministérios.
Um dos pleitos do Paraná é que o governo federal leve para todas as regiões do Estado os programas e investimentos do Ministério da Saúde. Atualmente, como a pasta prioriza os grandes centros urbanos, há um tratamento desigual para os pagamentos dos serviços de saúde. É muito importante que essa situação seja resolvida para que as cidades menores, principalmente, consigam condições de garantir um atendimento médico mais humano e ágil para a população, disse o governador.
REDE CEGONHA
Outro pleito do Paraná é com relação à Rede Cegonha, o programa de atenção materno infantil do governo federal que destina recursos somente para as regiões metropolitanas de Curitiba, Londrina e Maringá. O governo paranaense quer que isso seja estendido para todas as regiões do Estado, o que representaria um adicional R$ 12 milhões para gerenciamento dos leitos de UTI neonatal e gestação de alto risco.
URGÊNCIA E EMERGÊNCIA
O mesmo problema acontece com a política federal de urgência e emergência, implantada integralmente no Paraná apenas nas regiões Metropolitana de Curitiba (29 municípios) e Norte (126 municípios). Para as demais regiões, a União repassa recursos de custeio aos prontos-socorros e leitos de UTI, mas não destina nada para investimento (obras e equipamentos). Só no Oeste, o déficit da Rede de Urgência e Emergência chega a R$ 22 milhões por ano. Por conta disso, de 2010 a 2015 o Estado perdeu 2.120 leitos do SUS. Com relação ao Samu, o Ministério da Saúde tem demorado a habilitar e a qualificar as unidades já implantadas, adiando o repasse de recursos federais e gerando déficit de R$ 7 milhões por ano ao Estado e municípios.