Cotidiano

Pesquisa vai levantar dados de furtos e roubos não registrados pela população e nortear políticas públicas

Parceria entre Ministério da Justiça, Segurança Pública e IBGE também vai permitir saber como está a sensação de segurança do brasileiro

Imagem: Divulgação
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Dados de furtos e roubos que não foram comunicados aos órgãos oficiais de polícia e informações sobre sensação de segurança serão coletados com a população e vão auxiliar na elaboração de políticas públicas pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). O levantamento faz parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), que começou no dia 10 de outubro.

A inserção do caderno “Pesquisa Nacional de Vitimização” foi possível por meio de um acordo assinado entre o Ministério e o Instituto Brasileiro De Geografia e Estatística (IBGE), responsável por realizar a pesquisa.

“A inclusão desses dados na pesquisa nacional é um grande avanço na produção de conhecimento para subsidiar as políticas públicas de segurança no Brasil. É preciso entender quais os gargalos enfrentados pela população para poder agir de forma precisa e efetiva, com foco em melhorar a vida das pessoas”, destaca o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres.

A inclusão dos módulos “Furtos e Roubos” e “Sensação de Segurança” têm como principais objetivos captar diretamente com o cidadão os dados desses tipos de crimes que não foram comunicados aos órgãos oficiais de polícia e a produção de informações quanto à percepção sobre a sensação de segurança, exposição ao risco e interação da população com as forças de segurança pública.

Dessa forma, a PNAD Contínua poderá oferecer a “taxa obscura”, que mostra a diferença entre o número de crimes relatados e os não relatados à polícia. Além disso, por meio do módulo de “Furtos e Roubos”, será possível traçar um perfil das vítimas desses crimes nos últimos 12 meses no Brasil, sob o ponto de vista socioeconômico, e identificar o que os moradores têm feito em seus domicílios para se protegerem da violência e da criminalidade.

Já no módulo “Sensação de Segurança”, as informações coletadas permitirão a criação de indicadores abrangentes, que possam identificar serviços existentes, tais como iluminação pública, parques ou quadra de esporte, transporte público, policiamento, o grau de segurança em lugares e horários diversos e as mudanças de rotina por conta da insegurança. Também será possível mensurar o grau de confiança da população em relação às instituições encarregadas, direta ou indiretamente, da segurança pública.

Ao final da coleta, será produzido um relatório que subsidiará o Ministério da Justiça e Segurança Pública na promoção de políticas públicas de prevenção e repressão aos temas abordados durante a pesquisa.

A Secretaria de Gestão e Ensino em Segurança Pública (Segen) do MJSP é responsável por coordenar a ação que deve ser finalizada no segundo semestre de 2022.

“O levantamento de dados virá ao encontro da necessidade de produção de informações que atenderão diretamente as instituições de segurança pública, seus profissionais e os estudantes e pesquisadores do tema”, explica a secretária Ana Cristina Melo Santiago.

Para este projeto, o IBGE conta com cerca de 2 mil agentes de coleta que estão realizando entrevistas em 210 mil lares em todo o país. Na Região Sul, serão cerca de 37 mil domicílios visitados.

(Ministério da Justiça)