Toledo O plantio do trigo avança várias regiões do Paraná, que já têm semeadas 31% da área total destinada à cultura, de 1.155.605 hectares. O boletim semanal do Deral (Departamento de Economia Rural) da Seab (Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento) estima uma colheita de 3,48 milhões de toneladas, 383 mil somente na região Oeste.
Segundo o analista do Deral, Hugo Godinho, o cenário atual não preocupa o produtor rural, pois há uma boa umidade no solo e as condições climáticas, por enquanto, favorecem o desenvolvimento da cultura. Porém, tem muita coisa ainda para acontecer no trigo. É preciso ressaltar os riscos de geada e chuvas durante a colheita. Essas questões podem gerar problemas futuros, explica. As temperaturas mais amenas, por sua vez, tendem a ser adequadas à cultura. De certa forma é [favorável], mas o frio intenso em horas erradas e caso a umidade pluviométrica não se confirme, há risco de complicações. Por enquanto, o clima é bom, acrescenta. O plantio, de acordo com o Deral, segue até o fim de junho.
Na região, entre os núcleos de Cascavel e Toledo, estima-se o cultivo de 132.340 hectares, e até o momento 63.070 hectares já foram plantados, com maior representação em Toledo, que tem 85% da área total semeada. A área no Oeste é 23% menor do que a da safra passada, redução que ocorreu em todo o Paraná por conta, principalmente, dos preços aplicados à saca do milho, um atrativo ao agricultor. No Estado, a área de trigo reduziu 14%.
Alerta
A mudança no clima ainda é o principal fator de alerta aos triticultores. Godinho lembra da necessidade do escalonamento do plantio, que deve ser realizado neste momento. Esse é um cuidado que o produtor deve ter justamente agora para fugir de períodos mais críticos, como as geadas e chuvas em excesso, que prejudicam a produção, diz.
Milho safrinha substitui
As regiões Norte e Oeste do Paraná, segundo Godinho, investem pesado na segunda safra do milho, cultura que deve render somente ao Oeste mais de 5,18 milhões de toneladas, a maior estimativa do Estado. São 811 mil hectares destinados ao milho, 13% a mais do que na safra anterior. No Norte, a área é 11% maior, de 797 mil hectares.
Quem deve manter o trigo como primeira opção são os produtores rurais da região Sul, que envolve os núcleos de Guarapuava, Irati, Laranjeiras do Sul, União da Vitória, Paranaguá, Ponta Grossa e Curitiba. Mesmo com redução da área em 20% em decorrência dos custos elevados de produção, o cultivo do trigo ainda é a principal cultura de inverno nesta região, que deve produzir 846 mil toneladas em quase 250 mil hectares.