Cascavel Com ou sem crise, o agronegócio seguirá sua trajetória priorizando o que sabe de melhor, gerar oportunidades e produzir. A frase é do presidente da Cotriguaçu e da Coopavel, Dilvo Grolli, e foi feita ontem durante a inauguração do Terminal Logístico de Granéis, estrutura gigante de R$ 65 milhões construída no complexo da Ferroeste. O futuro começa hoje, por isso estamos trabalhando para deixar um legado às gerações que virão, disse Dilvo para um público de mais de 200 pessoas formado por líderes e representantes dos mais diversos setores organizados.
A Cotriguaçu é formada por quatro das maiores cooperativas do Paraná e do Brasil Lar, C. Vale, Copacol e Coopavel. Juntas, têm 37 mil cooperados, 30 mil funcionários e alcançaram faturamento, em 2015, de R$ 14,5 bilhões. Elas estão no centro de uma das regiões com os mais vigorosos indicadores do agronegócio brasileiro e investem em logística de olho em números ainda mais expressivos. Atualmente, as quatro cooperativas abatem 1,6 milhão de frangos/dia. Em dez anos, será o dobro disso. A região, por sua vez, colhe mais de dez milhões de toneladas de grãos e esse volume será dobrado em 2040.
Com índices tão expressivos, a Cotriguaçu investe pesado em estruturas e unidades que deem vazão a essa produção. O terminal inaugurado ontem tem capacidade estática de armazenagem para 120 mil toneladas de grãos, o que corresponde a 3% das exportações anuais da região. Para fazer frente a tudo o que o Oeste produz seriam necessários 33 iguais a esse, conforme Dilvo. O Terminal Graneleiro faz parte de um complexo maior, que chega à cifra de R$ 120 milhões. Ele está ao lado do Terminal de Congelados e Contêineres, entregue há três anos e que faz parte de um planejamento estratégico de crescimento das cooperativas e da Cotriguaçu.
Competitivo
Os investimentos estruturais da Central têm como foco a competitividade dos cooperados. Com uso do modal ferroviário, parte dos caminhões que hoje seguem ao Porto de Paranaguá será integrada a outras rotas, com redução do frete (em até 30%), melhorando a rentabilidade dos agricultores. Dilvo afirmou: A posição da Cotriguaçu e de outras cooperativas não é aguardar. É de buscar alternativas e desafiar a inércia dos governos no que se refere aos limitados investimentos. Estamos juntos com a sociedade propondo alternativas de investimentos privados para solucionar o gargalo de logística.
Confiança na Ferroeste
O presidente da Ferroeste, João Vicente Bresolin Araújo, afirmou que a inauguração do Terminal Logístico de Granéis é mais uma comprovação de que o setor produtivo confia na empresa que durante tantos anos foi bandeira do Oeste do Paraná.
Temos feito a nossa parte para melhorar a produção ferroviária e os investimentos ampliaram, somente nos últimos anos, de 3 para 15 locomotivas e de 60 para 460 o número de vagões. Com isso, nossa capacidade operacional cresceu e poderemos atender a essa fabulosa estrutura da Cotriguaçu, diz João.
O coordenador da Microrregião de Cascavel, Severino Folador, disse que a Cotriguaçu, que comemora seus 40 anos, é um modelo de união, trabalho e resultados. O Oeste e suas cooperativas estão de parabéns, porque ajudam a alimentar o mundo, disse Folador, que representou o governador Beto Richa na cerimônia.
O terminal
O terminal de granéis ocupa 135 mil m², desses 15.173 m² de área construída. A capacidade estática de armazenagem é de 120 mil toneladas. A capacidade de recepção é de 500 toneladas por hora e a de expedição de 750 toneladas/hora. Serão gerados 80 empregos diretos.
O terminal tem dois desvios ferroviários com 1,1 mil metros e pátio para estacionamento com capacidade simultânea de até 60 caminhões. Também dispõe de dois silos metálicos (7,2 mil t cada), tulha rodoviária de 250 t, moegas de descarga (duas) e moegas com tombadores (duas). Entre outros, o terminal conta com estrutura de apoio: escritório, oficina, almoxarifado e sala para motoristas.