Cotidiano

Novo ministro de Minas e Energia agrada a setor elétrico em 1ª reunião

BRASÍLIA – Representantes de associações ligadas ao setor elétrico saíram animados do primeiro encontro com o novo ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, este domingo, em Brasília. O ministro prometeu indicar até quarta-feira sua equipe mas admitiu que levará mais algum tempo para definir a nova direção da Eletrobras, segundo relatos de quem participou da reunião.

Segundo Mario Menel, presidente do Fórum das Associações do Setor Elétrico (Fase), os doze representantes de entidades participantes do encontro saíram de lá com uma visão positiva, pela disposição do novo presidente para o diálogo. Eles levaram a Coelho Filho um documento com demandas de todo o setor, que foram apresentadas brevemente em discursos ao ministro.

? Ele disse que é a favor do diálogo e que isso é para valer ? disse Menel.

Após citar que a promessa é ?para valer?, Menel lembrou experiências anteriores do governo Dilma em que as associações apresentavam suas propostas, mas não eram atendidas em deliberações, como na redução das contas de luz em 20% em 2013, que levou o setor a um colapso.

? A falta de diálogo foi uma constante ao longo do tempo ? disse Menel.

Para Paulo Pedrosa, presidente da Associação Brasileira dos Consumidores de Energia Elétrica (Abrace), o novo ministro pareceu empenhado em manter o diálogo aberto com o setor empresarial.

? Se o objetivo do encontro era desmistificar a vinda dele ao ministério, ele está conseguindo ?disse Pedrosa.

Segundo Menel, o ministro indicou a situação da Eletrobras como uma preocupação imediata. Até a quarta-feira, dia 18, a Eletrobras precisa entre apresentar às autoridades americanas documentos relativos ao balanço de 2014, mas que ainda não foram solucionados.

Se isso não ocorrer, as dívidas da estatal podem vencer imediatamente, levando a um rombo bilionário que pode respingar no Tesouro Nacional. O novo governo não deve interferir diretamente na estatal antes disso, para deixar claro que se trata de um problema da gestão de Dilma Rousseff, por isso a nomeação da nova diretoria da estatal deverá esperar mais.

? Ele tem uma visão clara de gestão de longo prazo, mas sabe que tem muitos incêndios de curto prazo ? disse Menel, citando os debates sobrecontratação das distribuidoras de energia neste ano, o perdão de atrasos em obras de grandes hidrelétricas e a inadimplência do mercado de curto prazo.