Cotidiano

Novo Aeroporto: POD nem cogita devolvê-lo à gaveta

Pode não haver recursos para complementar a verba para indenização da área

Cascavel – Em pouco mais de dois meses expira o prazo solicitado pelo governo do Estado – após recomendação da Procuradoria-Geral do Estado – para reavaliar o projeto para a construção do Aeroporto Regional do Oeste.

Apesar das sinalizações de que a obra é fundamental para o desenvolvimento do oeste, há o reconhecimento de que pode não haver recursos para complementar a verba para indenização da área, que é a parte que cabe ao Estado.

Isso é o que foi aventado semana passada pelo secretário de Planejamento do Estado, Valdemar Bernardo Jorge, em visita a Cascavel. Ele participou inclusive de reunião do POD (Programa Oeste em Desenvolvimento). Na ocasião, Jorge disse que “os estudos ainda estão sendo feitos, mas o governo depende de encontrar o dinheiro necessário, já que o caixa do Estado não está adequado como gostaríamos” e seguiu alertando que “está muito difícil sair por conta da viabilidade financeira de fazer isso acontecer. É uma vontade do governador [Ratinho Junior], uma vontade dos líderes do oeste, mas só com vontade não resolve, tem que ter recursos financeiros pra fazer acontecer. Então, nosso Aeroporto Regional ainda depende de encontrar o dinheiro necessário para poder viabilizar”.

A quantia de R$ 10,5 milhões foi depositada pela ex-governadora Cida Borghetti, mas o valor é considerado insuficiente para a desapropriação dos 64 alqueires onde a estrutura será erguida entre os municípios de Toledo, de Cascavel e de Tupãssi. Uma conta modesta indica que seria preciso ao menos triplicar esse valor.

Para embasar o pedido de reavaliação do projeto, o Estado solicitou seis meses a partir do início deste ano. A justificativa é de que toda a documentação está sendo analisada de modo que não sejam cometidos erros em sua execução que possam inviabilizá-lo posteriormente.

Para o presidente do POD, Danilo Vendruscullo, o projeto e a execução do Aeroporto Regional representam um caminho sem volta.

O programa, que tem entre suas 21 principais diretrizes de desenvolvimento o Aeroporto Regional, nem cogita devolver o projeto para a gaveta. “O POD não tem um plano B. Todos sabemos, e o governo também sabe, como essa estrutura é importante para o desenvolvimento regional. Entendemos essa reavaliação da documentação apenas para que o projeto siga sem problemas. O governador já sinalizou positivamente e o oeste depende dessa estrutura”, afirma.

Para Danilo, é imprescindível que se corrijam os eventuais erros identificados na documentação e que esse passo a passo sirva para realinhar pendências e ou corrigir equívocos.

Segundo ele, os R$ 10,5 milhões depositados em 2018 para as desapropriações estão em uma conta para essa finalidade. “Esse assunto é de interesse acima de Cascavel, de Toledo, é de interesse de toda a região oeste do Paraná, do setor produtivo, dos empresários, interesses da sociedade como um todo. Isso está mais do que amadurecido, está mais do que consolidada a necessidade de um Aeroporto Regional. Não tenho dúvida alguma que ele vá sair do papel. É um caminho sem volta para a região”, assevera.

 Reportagem: Juliet Manfrin