BRASÍLIA – O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou antes de abrir a sessão do impeachment que a notificação do afastamento da presidente Dilma Rousseff já terá expressos os benefícios a que ela terá direito durante o afastamento de até 180 dias, com definições sobre salário, assessores, transporte e segurança pessoal, por exemplo. Renan trabalha para concluir a sessão da admissão do processo até as 22 horas.
Dilma já será notificada amanhã, conforme o presidente do Senado. Ela terá de deixar o Palácio do Planalto, caso uma maioria simples de senadores vote nesse sentido na sessão desta quarta-feira. Renan afirmou ainda que tratará pessoalmente com Dilma sobre as prerrogativas de um presidente afastado.
? Me comprometo a, tão logo o Senado decidir, nós conversarmos para passar o exato teor da citação. A citação conterá esses direitos mínimos da presidente da República afastada, se for o caso, se esse for o resultado. A sessão vai ocorrer até a hora em que concluirmos a deliberação. A citação, se for o caso, acontecerá amanhã. Vou combinar detalhes com a senhora presidenta da República ? disse Renan aos jornalistas.
Renan afirmou ainda que é preciso rever a Lei do Impeachment e que considera um “pré-julgamento” o afastamento da presidente neste momento do processo. Para ele, a lei deveria prever que isso ocorresse só no fim do processo.
O senador disse que não irá votar na sessão desta quarta, nem em qualquer fase desse caso.
? Em todos os momentos torci para que esse processo não chegasse ao Senado. Se não revisar essa Lei do Impeachment, teremos vários eventos como esses ? afirmou Renan.
O presidente do Senado falou também sobre a conversa que manteve ontem com o vice-presidente Michel Temer, que deve assumir o cargo de presidente a partir de amanhã.
? A conversa foi muito boa, como sempre. Eu vou ter com o novo presidente da República a mesma relação que eu tive com a presidente Dilma. É incompatível o presidente do Senado participar da formação de governo. Enquanto for presidente, vou ajudar institucionalmente, colaborar com o avanço das reformas. Mas não quero participar diretamente do governo.