Cotidiano

Moções pedem reformas e obras estruturais à região

Solicitações serão encaminhadas a parlamentares, ao governador e à presidente

Assis – Mais de 170 pessoas de toda a região, entre parlamentares, empresários e representantes dos mais diversos setores organizados participaram no sábado, na Prefeitura de Assis Chateaubriand, da plenária que abriu oficialmente os trabalhos da Caciopar em 2016. Justificativas e proposições de oito moções foram apresentadas e passam a pautar ainda com mais intensidade as ações da Caciopar e de outras forças regionais, a exemplo do POD, o Programa Oeste em Desenvolvimento.

O presidente da Coordenadoria das Associações Comerciais e Empresariais do Oeste do Paraná, Sergio Antonio Marcucci, abriu a sessão informando que o Oeste está unido pelo desenvolvimento regional, um direito que uma região que tanto trabalha e produz tem para crescer e multiplicar prosperidade. “Exigimos o que merecemos, porque queremos avançar para ajudar o Paraná e o Brasil a ser lugares ainda melhores”. A presidente da associação comercial anfitriã, Sueli Barbieri, afirmou que a união, que há 40 anos move a Caciopar, tem enorme poder de transformação.

A atualidade brasileira preocupa de forma especial os representantes do setor produtivo tanto em aspectos ligados à crise política e moral, como ao gerar desemprego, fechar empresas e produzir PIBs negativos. “Temos que seguir com mais sinergia e trabalhar ainda com mais responsabilidade, já que o Oeste é um exemplo para o Brasil”, afirmou o prefeito de Assis Chateaubriand e presidente da AMP (Associação dos Municípios do Paraná), Marcel Micheletto. As moções vão ser enviadas agora a parlamentares, presidentes de entidades, ao governador Beto Richa e à presidente Dilma Rousseff, a fim de que as soluções almejadas tenham o devido encaminhamento.

Invasões e infraestrutura

A primeira das moções foi apresentada pelo advogado Juliano Murbach, ex-presidente da Subseção da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) em Cascavel. Ele falou sobre questões fundiárias – invasões de áreas produtivas por indígenas e sem-terra. Ressaltou principalmente sobre direitos constitucionais, como o da propriedade, e da importância do setor produtivo para gerar riquezas e impostos que mantém a máquina pública. A quem cabe decidir sobre a legalidade ou não das invasões é à Justiça, e ao Estado compete o dever de cumprir as reintegrações quando assim determinadas.

O tema infraestrutura e logística foi apresentado pelo presidente da Coopavel, Dilvo Grolli. Informou sobre carências estruturais importantes e sobre o peso do pedágio sobre a produção. Dilvo ressaltou que o agronegócio paga anualmente R$ 100 milhões em pedágio. O Oeste pede por rodovias melhores, com mais capacidade de fluxo e bem conservadas. As entidades produtivas defendem nova licitação para se chegar a contratos mais atentos à realidade, com preços menores e mais obras. A moção sobre meio ambiente foi apresentada pelo técnico Rafael Gonzales. A síntese é a preservação e o respeito às leis em sintonia com o desenvolvimento sustentável.

Energia foi outro dos assuntos em pauta. A apresentação foi feita por outro técnico da área, Rodrigo Regis de Almeida Galvão. O setor produtivo aponta a falta de planejamento, o atraso em algumas legislações e o elevado custo de um insumo tão básico. Por isso, a defesa é pela adoção de políticas diferenciadas, de estímulo a energias alternativas e à autoprodução. Já o líder cooperativista Elias Zydek falou da moção sobre Legislação Trabalhista e Normas Regulamentadoras. O viés socialista do atual governo é um limitador a avanços, reconheceu, mas é essencial flexibilizar algumas leis para não travar a produção e para não gerar ainda mais desemprego, observou. Ajustes racionais nas tabelas de colocação de deficientes e aprendizes é urgente, disse Elias.

Reformas tributária, política e administrativa

Um capítulo especial das moções foi dedicado às reformas. A tributária foi defendida pela contadora Elizangela Kuhn. Ela apresentou dados da elevação da carga tributária, do emaranhado de leis e das complicações que dão suporte ao Simples, onde estão grande parte das empresas. A simplificação e a redução da carga de impostos, com um Estado mais enxuto e eficiente, são fundamentais para um Brasil melhor. O empresário Edson Carollo abordou sobre reforma política, da urgência do endurecimento de leis para o combate à corrupção e, entre outros, da unificação das eleições.

Por sua vez, o presidente do Sinduscon/Oeste e vice da Fiep, Edson José de Vasconcelos, informou sobre a reforma administrativa. O foco dela é a redução do tamanho do Estado e a adoção de mecanismos de combate a toda forma de desperdício, a fim de que sobrem recursos públicos para investimentos em áreas estratégicas. Entre as autoridades presentes à plenária, estiveram os deputados Elio Rusch e José Carlos Schiavinato.