Começou nesta segunda quinzena de junho a colheita do ‘milho safrinha’ ou milho ‘segunda safra’ no Paraná. De acordo com dados divulgados na quarta-feira (15) pelo Deral (Departamento de Economia Rural) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, a expectativa é que sejam colhidas 16 milhões de toneladas em todo o estado, sendo que somente na área do núcleo de Cascavel, é projetada produção recorde de cerca de 2,5 milhões de toneladas.
Edmar Gervasio, analista de grãos do Deral, disse que a expectativa para esta colheita é bem positiva, já que o clima contribuiu e o grão teve um bom desenvolvimento no campo. Na segundo safra passada houve quebra bastante significativa na colheita, visto que a previsão inicial era de 15 milhões de toneladas e o Estado acabou fechando em apenas 6 milhões.
Recuperação
“Com certeza esta será uma safra de recuperação para o produtor”, disse o analista do Deral. Em todo o Estado foram plantados 2.732.678 hectares nas propriedades que fazem parte dos 19 núcleos regionais da Seab. O rendimento inicial é de aproximadamente entre 5.652 a 6.196 quilos por hectare. Na região de Cascavel a área plantada total é de 368.850 hectares e o rendimento por hectares é um pouco maior, de 5,5 a 6,5 mil quilos.
De acordo com Edmar Gervasio, o período de colheita do milho safrinha iniciou agora e, dependendo da programação do produtor, a colheita seguirá até o começo de agosto. Segundo ele, no geral, pode ser que seja verificada uma pequena quebra nas regiões Norte e Noroeste do estado, ainda devido à estiagem. Na primeira safra foram colhidas mais de 2,9 milhões de toneladas e, somando a projeção do milho segunda safra, o Paraná será responsável por quase 19 milhões de toneladas, mantendo-se na segunda posição nacional.
O preço da saca do milho também está bom, com valor mais elevado em 10% na comparação com o no mesmo período do ano passado, podendo ultrapassar os R$ 84,00. De acordo com o boletim do Deral, nesta largada já foi colhido 1% da área total. Se as condições climáticas colaborarem e houver redução de chuvas, há expectativa de avanço significativo ainda nesta segunda quinzena de junho. De acordo com os técnicos de campo, neste momento, 32% da área está em fase de maturação, 62% em frutificação e 5% em floração.
Para a safra nacional de milho 2021/22, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) estima 115,2 milhões de toneladas. A última safra foi bastante castigada pelas adversidades climáticas. A alta expressiva de 32% que se observa agora é uma recomposição daquelas perdas.
Trigo e soja
O boletim do Deral registra, ainda, que o relatório “Wasde”, divulgado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, apontou recuo na produção de trigo na Índia. Se houver confirmação no campo, a produção mundial pode se reduzir para 773,4 milhões de toneladas, 4 milhões a menos que no ciclo anterior.
No caso da soja, o documento diz que a previsão atualizada da Conab é de que o Brasil produza 124,3 milhões de toneladas, o que representa 13,9 milhões a menos que na safra anterior. Segundo o relatório, na Região Sul a redução é de aproximadamente 45% na produção, totalizando pouco mais de 19 milhões de toneladas.
Conforme Edmar Gervasio, o preço da saca de soja também está bom, uma alta de pelo menos 21% em comparação ao mesmo período do ano passado. A saca hoje está saindo por cerca de R$ 182,00 e no mesmo mês de 2021 estava em torno de R$ 150,00. Após a colheita do milho vai iniciar o plantio da soja no campo.
Importação suspensa
A China suspendeu, recentemente, a importação de carne bovina de cinco plantas brasileiras, pertencentes à JBS e Marfrig, duas das mais importantes empresas do ramo no Brasil. Mas, aparentemente, isso não influenciou no preço da arroba do boi gordo. No Paraná, por exemplo, chegou a R$ 294,00 nesta semana.
Em relação à carne de frango, o registro é de abate de pouco mais de 1,5 bilhão de cabeças no primeiro trimestre de 2022, o que representou queda de 1,7% em relação ao mesmo período de 2021. No Paraná, foram abatidos 517,8 milhões de frangos entre janeiro e março, ou 6,5 milhões a menos que em 2021. O Estado responde por 33,6% do total nacional.
Prazo final para atualizar o rebanho
A Adapar (Agência de Defesa Agropecuária) fez um alerta quarta-feira (15) que faltam apenas 15 dias para encerrar o prazo de atualização cadastral do rebanho paranaense. A declaração possibilita que o Estado planeje as ações de vigilância sanitária, visando conter rapidamente surtos de doenças nos animais, particularmente eventual foco de febre aftosa, que é possível, ainda que haja certificação internacional de área livre da doença sem vacinação.