Cotidiano

Maio Amarelo chega com ações por um trânsito “mais tranquilo”

Ações de conscientização são “armas” para buscar a paz no trânsito

Maio Amarelo chega com ações por um trânsito “mais tranquilo”

 

Cascavel – O mês de maio chegou. O mês das “noivas”, das “mães” e da “família”. E, falando em família, a chamada “violência no trânsito” tem causado muitos problemas e tristezas. Por isso, o mês de maio traz uma ênfase maior para as ações no setor de trânsito planejadas dentro do movimento “Maio Amarelo”, que será aberto neste domingo em todo o Brasil.

Em Cascavel, a abertura das ações acontece no domingo (1º), durante a Feira do Teatro, já a partir das 8h. A solenidade oficial está marcada para as 10h, com a presença da Banda do Exército e de todos os representantes dos órgãos e entidades que compõem o movimento que quer aprofundar a reflexão de união, chamando novamente para a responsabilidade de todos no trânsito, com foco na preservação da vida.

Até o dia 31, diversas atividades serão desenvolvidas promovidas pelos parceiros da iniciativa, a companhia de trânsito municipal, a Transitar com apoio dos órgãos ligadas ao Sistema Nacional de Trânsito.

 

“Juntos Salvamos Vidas”

Luciane de Moura, coordenadora do Cotrans (Comitê Intersetorial de Prevenção de Acidentes de Trânsito) de Cascavel, que promove o Programa Vida no Trânsito, disse que são mais de 70 participantes envolvidos na organização e as ações vão ocorrer diariamente. “Será um grande movimento para, novamente, alertar para a responsabilidade de todos para um trânsito mais seguro”, salientou a educadora de trânsito.

O tema deste ano é “Juntos Salvamos Vidas” e parte do princípio de que não colocar alguém em risco também é uma forma de salvar, de maneira que todos podem contribuir para proteger a vida. As ações deste movimento que começou a ser realizado há nove anos com objetivo de chamar a atenção da sociedade para o alto índice de mortes e feridos no trânsito em todo o mundo, retornam depois de dois anos paradas devido a pandemia.

O Maio Amarelo é movimento internacional que foi instaurado a partir de uma resolução da ONU, com base em estudos da Organização Mundial da Saúde, que definiu o período de 2011 a 2020 como a “Década de Ações para a Segurança no Trânsito”, com objetivo de poupar, por meio de planos nacionais, regionais e mundial, cinco milhões de vidas.

A partir dessa proposta, o mês de maio ficou marcado como período de intensificação para campanhas de conscientização e prevenção de acidentes de trânsito.

 

Dados locais

Em Cascavel, o ano de 2021 registrou um quantitativo 9,09% menor de mortes por acidentes no perímetro urbano quando comparado com 2020, e uma queda de 83% no primeiro trimestre de 2022, contudo, ainda se considera que vidas foram perdidas na via pública e, muitas, por imprudência, que é o foco deste Maio Amarelo.

No Brasil, dados do Ministério da Saúde apontam que a violência no trânsito se agravou em 2019. De acordo com a última estatística do DataSus, foram mais de 31 mil óbitos no trânsito no país, o que significa que uma pessoa morreu a cada 16 minutos e que a cada três minutos, uma pessoa foi deixada com sequela permanente.

Entidades e órgãos que ainda desejam fazer parte da programação podem aderir ao Movimento, participando ou recebendo ações durante os 31 dias deste mês de maio, contribuindo com a construção de uma campanha coletiva.

 

 

Mais esforços pela “paz no trânsito”

 

Em abril, o dia 21 também é dedicado ao Dia Nacional da Paz no Trânsito, e nesse dia Cascavel levantou uma bandeira que quer manter hasteada de forma permanente, por meio de mais um projeto de educação e de cidadania que será reforçado neste mês de maio, principalmente após a tragédia recente, de repercussão nacional, da morte do jovem Ailson Ortiz, no dia 24 de março após um desentendimento no trânsito.

“Nosso desejo é que a repercussão acerca da morte de um jovem por uma banalidade de trânsito não seja em vão, mas que tenha um propósito muito maior, seja nos ajudando a refletir e repensar sobre nossas atitudes cotidianas, como também possibilitando a criação de estratégias de conscientização para maior compreensão com o outro”, enfatiza Rafaela Ortiz, prima do jovem, que participa em conjunto com a Transitar em um projeto de conscientização e respeito no trânsito.

 

Discussões na via

Conflitos no trânsito como o que vitimou Ailson, em Cascavel, vêm causando tragédias em todo o Brasil, o que motivou a proposição de um projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados com a intenção de tornar infração de trânsito o ato de parar o veículo para brigar em via pública. A penalidade seria a suspensão direta do direito de dirigir.

Conforme a proposta do projeto, que atualmente está na Comissão de Viação e Transportes, “toda limitação da liberdade dos motoristas e proprietários de veículos tem o intuito de proteger vidas, como fica evidenciado em obrigações como as de usar cinto de segurança e capacetes, para motociclistas, e limitações de velocidade”.

No entanto, relatos de brigas no trânsito tem se tornado cada vez mais comuns, mais violentas e, em muitos casos resultando em mortes. Em 2019, pelo menos 39 pessoas morreram assassinadas: 23 por arma de fogo, a partir de uma situação de trânsito. Vítimas não só de tiros, como também brigas, facadas e até atropelamento proposital.