
O primeiro-ministro Matteo Renzi disse no Twitter que a decisão do Il Giornale de dar as cópias do tratado político do líder nazista foi “sórdida” e expressou solidariedade com a comunidade judaica italiana.
Efraim Zuroff, diretor do escritório israelense do Centro Simon Wiesenthal, disse ao Corriere della Sera que a iniciativa de usar “Mein Kampf” para impulsionar as vendas de um jornal não tem precedentes, enquanto a agência de notícias ANSA afirmou que fontes da Embaixada de Israel expressaram surpresa.
Mas o Il Giornale, um diário de centro-direita de propriedade da família do ex-premier Silvio Berlusconi, informou que a decisão de distribuir o texto, que inclui notas críticas feitas por um historiador italiano, teve o objetivo de “estudar o que é mau para evitar seu retorno”.
Reconhecendo a controvérsia em um editorial, o editor-chefe Alessandro Sallusti disse que ninguém deve imaginar que a atitude seja uma apologia ao nazismo e à conspiração judaica mundial postulada no livro, que foi escrito entre 1924 e 1926.
O Il Giornale começou a vender neste sábado uma história de oito volumes do Terceiro Reich, com a cópia criticada de “Mein Kampf” de graça para os leitores que comprarem o primeiro volume.