Assis Chateaubriand – O prefeito Valter Aparecido Souza Correia, o Valtinho, e o secretário de Agricultura, Meio Ambiente e Serviços Urbanos, Alessandro Bahia Nunes, determinou a interdição do Parque Ecológico São Francisco de Assis em Assis Chateaubriand, mais conhecido como Horto Municipal, em virtude do baixo índice pluviométrico nos últimos 60 dias.
A decisão foi tomada na manhã dessa segunda-feira (16). Um dos motivos é que, mesmo ainda estando proibida a realização de confraternização com churrasco no local, algumas pessoas insistem e desrespeitam os vigias do Horto.
Por conta do longo período de estiagem e da baixa umidade do ar, aumentaram os riscos de incêndio, podendo causar danos graves na flora, na fauna e a degradação do solo do Patrimônio Natural.
“Como o Parque São Francisco é um local onde temos uma grande concentração de vegetação e, pelo período que vivemos de estiagem, fez-se necessário tomar essa decisão. O horto foi aberto recentemente, após longo período fechado devido à covid-19, mas temos que ter responsabilidade e, por isso, neste momento, vamos fechá-lo e, quando o índice pluviométrico normalizar, reabriremos novamente”, argumentou o prefeito Valtinho.
Índice crítico de baixa umidade atinge o Brasil
Previsão dos meteorologistas do Climatempo mostra que o ar seco esta semana vai atingir índices de 20% a 30% em grande parte do País. De acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier, de Campinas, os olhos, as vias respiratórias e a pele são os órgãos que mais sofrem com a baixa umidade. Isso porque a OMS (Organização Mundial da Saúde) preconiza a umidade mínima de 40% para o bom metabolismo. “Abaixo disso, o risco de olho seco, alergia e piora do ceratocone aumentam”, afirma.
Os sintomas da síndrome do olho seco são: vermelhidão, coceira, sensação de corpo estranho, queimação, fotofobia e visão borrada. É causada por uma alteração na qualidade ou quantidade da lágrima que tem a função de proteger, alimentar e oxigenar a superfície do olho. “A diminuição da umidade e a maior poluição do ar também aumentam o risco de alergia ocular, vias respiratórias (rinite, asma) e na pele (dermatite atópica)”, pontua.
Pior: levantamento realizado por Queiroz Neto nos prontuários de 315 portadores de ceratocone – doença que afina e faz a córnea tomar o formato de um cone – mostra que olho seco atinge 24% dos ceratocônicos, o dobro da incidência na população. Significa que a baixa umidade pode levar ao transplante de córnea 24 mil dos 100 mil brasileiros que têm ceratocone, já que coçar os olhos é o principal fator de risco da evolução da doença.
Tratamentos
Queiroz Neto ressalta que um erro comum é pingar soro fisiológico nos olhos para diminuir o ressecamento. O sal do soro aumenta a irritação. Além disso, a solução não contém conservante e, depois de aberta, transforma-se em campo fértil para o crescimento de bactérias e fungos que contaminam a córnea e a conjuntiva, afirma. O colírio lubrificante é o único indicado para atenuar o desconforto, mas só deve ser instilado no olho sob orientação médica após avaliação de qual camada da lágrima foi afetada.