Cotidiano

H1N1: Mais mortes e vacinação falha

H1N1: Mais mortes e vacinação falha

Diante de muita dificuldade e em alguns casos até desrespeito na hora de buscar a vacina contra a gripe nas unidades básicas de saúde de Cascavel, muitas pessoas têm desistido de buscar a dose na rede pública.

Na última sexta-feira, a mãe de uma criança de três anos percorreu três unidades de saúde em busca da imunização para o filho, sem sucesso. De acordo com ela – que pediu para não ser identificada -, nos três locais foi informada que a orientação que os profissionais haviam recebido era de atender 20 pessoas por dia apenas, e o restante teria de ser dispensado. Sem conseguir vacinar o filho, e se sentido humilhada diante da situação, ela resolveu comprar a vacina na rede particular.

Outra situação registrada na unidade do Bairro Guarujá também foi noticiada pelo Jornal HojeNews na última semana, em que um senhor foi mandado embora da unidade após duas horas de espera e mesmo tendo senha para receber a imunização.

A Secretaria de Saúde informou que está verificando as situações.

Estoque se esgotou

Diante da confusão com as vacinas na rede pública e das mortes registradas com suspeita da doença, uma das redes de farmácia que têm a vacina disponível para a venda viu o estoque zerar em poucos dias.

De acordo com a empresa, em abril deste ano houve um aumento de 285% no número de vacinas aplicadas se comparado ao mesmo período do ano passado.

Um novo pedido da vacina foi realizado, já que a procura continua grande e novas doses devem chegar esta semana às lojas em Cascavel.

Novas mortes

Mais duas pessoas morreram em Cascavel com suspeita de H1N1. Uma delas é uma mulher de origem haitiana que residia no Bairro Coqueiral. A outra tinha 81 anos e estava internada em um hospital privado em Cascavel, mas era moradora de Guaraniaçu.

Dados atualizados de casos suspeitos não foram repassados nem pela Secretaria de Saúde do Estado nem pela Secretaria do Município, que afirmou estar “compilando novos dados” para atualizar o quadro de H1N1 em Cascavel.

Os últimos números divulgados pelo Estado eram de 161 casos em investigação até 17 de abril. Já em Cascavel, na última quinta-feira, eram 13 casos em análise, com a morte de uma criança de três anos confirmada e a morte de outra criança de cinco anos em investigação. Na semana passada uma gestante de 16 anos morreu no HU, também com suspeita da doença.

Caos nas UPAs

Com um verdadeiro caos registrado nas UPAs (Unidades de Pronto-Atendimento) de Cascavel nos últimos dias, a prefeitura afirma que há um grande esforço para atender a demanda, que teve grande crescimento por conta do surto de diarreia, casos de dengue e os problemas respiratórios próprios da época do ano, agravados com a circulação do vírus H1N1.

Considerando o grande movimento, que praticamente triplicou nas UPAs, a Secretaria de Saúde estuda a ampliação do horário de atendimento em algumas unidades estratégicas. Mas isso depende da reorganização do quadro de servidores, além de uma possível liberação de horas extras e a contratação emergencial de profissionais por meio de testes seletivo.

Contudo, a secretaria reforça que todas as medidas precisam ser realizadas considerando também a questão do índice prudencial, que limita os gastos com a folha de pagamentos. A ação seria uma tentativa de diminuir a confusão e a demora por atendimento, que em alguns dias chegou a dez horas.

Chamamento médicos

Em meio a toda a situação complicada que vive a saúde de Cascavel, a prefeitura anunciou um chamamento de médicos. São 27 vagas para profissionais de diversas especialidades que devem atuar de forma temporária para cobrir escalas em aberto. Os locais em que vão atuar não foram divulgados.

Vacinação

Na última sexta-feira (26), o Programa Municipal de Imunização divulgou que 21.845 pessoas haviam sido imunizadas em Cascavel contra a gripe, 22,90% da meta total do Município momento. Cascavel precisa vacinar 95.471 pessoas que integram os grupos prioritários.