LONDRES – Se não bastassem as centenas de milhares de mortos pela guerra na Síria, o conflito que completa seis anos nesta quarta-feira deixou um saldo de ao menos 814 profissionais de saúde como vítimas fatais de ataques. A informação foi levantada num estudo da revista médica britanica “The Lancet”.
“O governo sírio e sua aliada Rússia usaram como alvo os médicos, deixando centenas de trabalhadores mortos, presos ou torturados”, denuncia o estudo. “Centenas de estudos foram atacados de forma deliberada e sistemática.”
Além de as estatísticas serem preocupantes o suficiente, o perigo se tornou ainda maior.
? O ano passado foi o mais perigoso os profesionales de saúde na Síria ? destacou um dos autores do estudo, Samer Jabbur, da Universidade Americana de Beirute.
O número de ataques contra centros de saúde foi de 91 em 2012 a 199 em 2016. Deles, 94% foram realizados por forças ligadas ao governo sírio, estima o relatório.
? Com o tempo, os ataques se tornaram mais frequentes, mais flagrantes, estendendo-se a zonas geográficas mais vastas ? afirmou Jabbur.
O estudo teve, além da Universidade Americana de Beirute, colaboração de especialistas e acadêmicos libaneses, britânicos e dos EUA, além da Sociedade Médica EUA-Síria e a ONG Multi-Aid Programs.