Cascavel realizou nesta semana o 2º Simpósio de Saúde do Adolescente, que reuniu cerca de 400 pessoas no auditório da Unipar. Com o tema “Gravidez na Adolescência – Responsabilidade Compartilhada com a Rede de Atenção e Proteção Social”, o simpósio foi direcionado para servidores envolvidos em políticas públicas e também profissionais que buscam aprimorar seus conhecimentos.
O evento foi uma promoção conjunta das secretarias municipais da Saúde e da Assistência Social e da Rede de Atenção e Proteção Social de Cascavel. “Nesse simpósio, temos pessoas que hoje desenvolvem seu trabalho na saúde, na educação e na assistência social. Também debatemos as questões da gravidez na adolescência, que é um tema muito sensível e preocupante. Essa situação, infelizmente, acaba prejudicando o futuro desse cidadão, dessa pessoa, visto que uma gravidez não planejada traz prejuízos enormes à vida dela”, disse o secretário de Assistência Social, Hudson Moreschi.
O secretário de Saúde, Miroslau Bailak, lembrou que no Brasil são mais de 400 mil adolescentes que engravidam por ano. Desse total, 25 a 30 mil têm idade entre 10 e 14 anos. A Organização Mundial de Saúde considera gravidez precoce aquela que acontece entre os 10 e 19 anos. “Precisamos trabalhar esse tema com muita força e evitar esse tipo de gestação, porque a mulher não está pronta ainda antes dos 14 anos, mesmo já tendo menstruado. Por exemplo, a mulher quando menstrua [pela primeira vez], durante os próximos dois anos, no mínimo, se ela ficar grávida, ela fará competição entre os nutrientes que ela precisa e o filho que ela está gerando. Então nós teremos uma criança subnutrida, e muito provável uma criança prematura”.
Redução
Em Cascavel, números da Secretaria de Saúde mostram que os casos de gravidez na adolescência vêm diminuindo ao longo dos últimos anos, devido ao trabalho de conscientização e prevenção direcionado ao público feminino adolescente. Em 2018, foram registrados 548 casos de gravidez na adolescência, e desse total, 23 eram de meninas com 14 anos ou mais. No ano passado, o número caiu para 404, com 13 casos envolvendo meninas de 14 anos ou menos.
Até agosto de 2023, dados preliminares mostram que ocorreram 12 nascimentos de mães com idade igual ou menor de 14 anos e 269 de mães com idade entre 15 e 19 anos. Cabe salientar que, de acordo com a legislação, todo caso de gestante com idade igual ou menor de 14 anos é considerado estupro de vulnerável.
FOTO: Secom