BRASÍLIA – Em meio ao polêmico projeto de reforma da Previdência, o governo Temer reuniu na manhã desta terça-feira deputados da base para tentar garantir unidade de discurso. O presidente Michel Temer observou que cada parlamentar tem uma opinião própria sobre as mudanças, e avaliou que é momento de os partidos aliados buscarem mais convergências com a proposta do governo.
As discussões na Comissão Especial da Reforma da Previdência na Câmara ocorrem às vésperas da divulgação pela Procuradoria-Geral da República dos cerca de 80 inquéritos envolvendo 400 políticos de todas as esferas de poder do país. Carlos Marum, que preside a Comissão, minimizou os efeitos da lista nos trabalhos na Câmara:
? Não vai ter problema nenhum porque eu não estou nessa lista da Lava-Jato. O presidente da República também não está nessa lista ? disse Marum.
Marum disse que o momento é de diálogo e que a tendência é se os prazos da comissão e de plenário sejam cumpridos, de 30 dias de trabalhos no órgão especial, e mais 15 dias para votação em plenário. Segundo ele, todas as emendas apresentadas até o momento melhoram o projeto por um lado, mas pioram por outro.
? O texto enviado pelo governo é o melhor. As sugestões que chegam atendem a, b, ou c, mas não resolvem o problema como um todo, mudando a essência da proposta.
Marum comparou que a cada R$ 618 milhões gastos no país de R$ 1,3 trilhão do orçamento vão diretamente para a Previdência:
? De cada R$ 2, um real vai para a previdência e o outro para todo o resto.
O relator da PEC, também presente ao encontro, que foi comandado pelos ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo), e pelo líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), disse que é evidente que mexer na previdência não é um tema fácil, mas que os partidos precisam conversar e se comprometer com a reforma.