Cotidiano

Ferroeste: Governo conhece propostas técnicas sobre nova rodovia

Governo estuda estender ferrovia entre extremo-oeste e Porto de Paranaguá

Foto: Jaelson Lucas/AEN
Foto: Jaelson Lucas/AEN

Cascavel – O governo do Paraná está analisando as propostas dos consórcios interessados em elaborar estudos para implantação e readequação da malha ferroviária da Ferroeste, ligando o oeste do Estado ao Porto de Paranaguá.

Os EVTEA-J (Estudos de Viabilidade Técnico-operacional, Econômico-financeira, Ambiental e Jurídica) devem compreender trechos de ferrovia entre Maracaju (MS), Guaíra, Cascavel, Guarapuava e Paranaguá, além do ramal Cascavel/Foz do Iguaçu, numa extensão total de mais de 1,3 mil quilômetros.

A sessão de abertura das propostas de elaboração do EVTEA-J aconteceu na sede do DER-PR (Departamento de Estradas de Rodagem), em Curitiba, na última semana. Os consórcios que disputam a licitação foram selecionados após chamamento público. Cinco apresentaram o estudo. A próxima etapa é conhecer os valores e, depois, o resultado (nota técnica+valor) será apresentado ao BID (Banco Interamericano do Desenvolvimento).

O consórcio será declarado vencedor de acordo com análise combinada de suas propostas técnicas e de preço. No caso das propostas técnicas são avaliados três critérios: experiência prévia; adequação da metodologia e plano de trabalho ao proposto no edital e qualificação dos profissionais participantes na elaboração do projeto. Nas propostas de preço o critério é o menor valor oferecido. O prazo previsto para execução dos estudos é de 12 meses.

A contratação do consórcio responsável por elaborar o EVTEA-J da Ferroeste faz parte do Programa Estratégico de Infraestrutura e Logística de Transportes do Paraná, que conta com financiamento do BID.

O acordo entre BID e governo do Estado foi firmado em dezembro de 2017 e prevê o investimento de mais de R$ 940 milhões em obras e projetos de infraestrutura do Estado.

Ferrovias

Com orçamento inicialmente referenciado em cerca de R$ 20,8 milhões, os estudos têm o objetivo de compilar informações e definir parâmetros básicos de estruturação de um modelo técnico e operacional do transporte ferroviário no Estado.

De acordo com o secretário estadual de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex, a intenção é diminuir os atuais gargalos existentes nesse modal, garantindo mais eficiência na movimentação de cargas e maior competitividade no setor produtivo do Estado.

“Um dos pilares da economia paranaense é o agronegócio, principalmente por conta da exportação de produtos como soja, milho e trigo, que saem do porto de Paranaguá”, disse o secretário.

Segundo ele, é essencial que o governo possa garantir o transporte desses produtos em nas ferrovias, ligando as zonas produtoras ao porto. “A elaboração desse EVTEA-J é o maior estudo ferroviário em curso no Brasil atualmente”, afirmou.

“Estamos no caminho certo para resolver o gargalo logístico do Paraná. Esse projeto será transformador para o nosso estado. A disputa está sendo muito acirrada, com a participação de consórcios de excelente qualidade e bons acervos técnicos”, afirma o diretor-presidente da Ferroeste, André Gonçalves.

O que significa o estudo na prática

Os estudos de viabilidade avaliarão as possibilidades de implantação de dois trechos: o primeiro é a ferrovia Paranaguá/Maracaju (MS) – passando pela base da Ferroeste em Cascavel -, com extensão aproximada de 1.191 quilômetros, enquanto o segundo trata do ramal ferroviário Cascavel/Foz do Iguaçu, com extensão aproximada de 179 quilômetros.

Entre outras coisas, o EVTEA-J deve buscar alternativas para possibilitar a interoperabilidade entre os trechos e a malha existente; justificar a viabilidade econômico-financeira dos trechos que compõem o Corredor Oeste se considerando a demanda de cargas de exportação e importação existente; permitir o transporte de cargas até o Porto de Paranaguá de forma rápida, segura, eficiente e economicamente atrativa, além de buscar o melhor traçado para a implantação do projeto, considerando o aproveitamento do trecho já em operação entre Cascavel e Guarapuava.

Trechos a serem contemplados pelos estudos:

Maracaju (MS)/Dourados (MS) – 106 km

Dourados (MS)/Guaíra – 254 km

Guaíra/Cascavel/Ibema – 201 km

Ibema/Goioxim – 136 km

Goioxim/Guarapuava – 67 km

Guarapuava/Prudentópolis – 74 km

Prudentópolis/Engenheiro Bley – 158 km

Engenheiro Bley/São José dos Pinhais/Alto da Serra – 75 km

Alto da Serra/Pé da Serra/Morretes – 62 km

Morretes/Paranaguá – 19 km

Paranaguá/Pontal do Paraná – 39 km

Ramal Cascavel/Foz do Iguaçu – 179 km