Cotidiano

Exportações caem 5%, mas Oeste mantém superávit

Resultado das importações menos as vendas externas fechou em US$ 189 milhões

Palotina – Os resultados do trimestre acompanharam a retração sentida desde o início do ano e mais uma vez as exportações no Oeste paranaense fecharam em queda. Segundo dados do Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), houve redução de 5% no volume exportado de janeiro a março deste ano na região, totalizando US$ 348.344.576. Comparado ao mesmo período do ano passado, o volume caiu aproximadamente US$ 17,5 milhões, quando as vendas externas chegaram a US$ 365 milhões. Junto com as importações, o Oeste registrou superávit de US$ 189 milhões.

O montante exportado pelos municípios da região ultrapassou a casa de R$ 1,27 bilhão no trimestre, considerando a média da cotação do dólar durante o mês de março, de R$ 3,66. Um dos responsáveis por manter o saldo regional positivo é a avicultura, carro-chefe de várias cidades da região e que movimenta a economia local.

É o que demonstram as empresas do setor em Palotina, cidade da região que teve um dos maiores volumes exportados no trimestre, com US$ 63,4 milhões em vendas, perdendo apenas para Cascavel, que somou neste mesmo período US$ 83 milhões em produtos comercializados a outros países. O comércio de aves e miudezas congeladas representa ao município quase 50% de todos os itens na pauta de exportações, e responde por US$ 31,4 milhões de todas as vendas externas de Palotina. Apesar do bom desempenho, a comparação a igual período de 2015 aponta para baixo, com retração de 8% nas exportações. 

Equilíbrio

O que se manteve praticamente no mesmo patamar foram as importações. Segundo o levantamento, a queda foi de 0,28% no trimestre comparativamente aos três primeiros meses de 2015. Ao todo, as importações contabilizaram US$ 159 milhões no Oeste. Em volume, os municípios que mais importaram produtos foram Foz do Iguaçu (US$ 48,2 milhões), Cascavel (US$ 35,2 milhões) e Toledo (US$ 30,8 milhões).

Entre os produtos mais importados estão a soja e o milho, demanda da cadeia regional de aves e suínos que utilizam a oleaginosa e cereais como as principais bases da alimentação dos animais. Além disso, o trigo, os fertilizantes e as pastas químicas de madeira representaram parte das importações.  

Resultados do Oeste em 2016:

Exportações – US$ 348.344.576

Importações – US$ 159.053.110

Saldo – US$ 189.291.466

Exportações do Paraná cresceram 12% no trimestre

Ao contrário do Oeste, as exportações do Paraná cresceram 12% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo a Seab, o impulso para os resultados positivos ocorreu principalmente pelo câmbio favorável, fazendo com que as receitas de vendas externas somassem US$ 3,34 bilhões, contra US$ 3 bilhões nos primeiros três meses de 2015, de acordo com dados do Mdic. Os embarques de soja em grão, carnes e automóveis puxaram o resultado. 

As importações, por outro lado, sentiram o peso do dólar desfavorável e tiveram queda de 24,3%. Foram US$ 2,43 bilhões no primeiro trimestre contra US$ 3,2 bilhões de janeiro a março do ano passado. 

Com o resultado, o Paraná fechou o primeiro trimestre do ano com um superávit comercial de US$ 928,8 milhões. O Estado respondeu, sozinho, por 11% do saldo comercial brasileiro no trimestre, de US$ 8,4 bilhões. Ainda conforme a Seab, o desempenho estadual nas exportações foi melhor do que o do Brasil, que, mesmo com o câmbio favorável, registrou queda nos embarques. No primeiro trimestre, o País obteve uma retração de 5% nas exportações, para US$ 40,6 bilhões. 

No agronegócio, a soja puxou os embarques paranaenses. As exportações do grão – que respondem por 24% das vendas externas do Estado – aumentaram 106,2%, passando de US$ 393,1 milhões no primeiro trimestre do ano passado para US$ 810,5 milhões no mesmo período de 2016. 

As vendas de carne bovina in natura, por sua vez, cresceram 265%, de US$ 7,1 milhões para US$ 25,9 milhões, embaladas pelo fim de embargos e queda de barreiras sanitárias ao produto paranaense nos últimos meses. As vendas de carne suína in natura avançaram de US$ 22,3 milhões para US$ 33,2 milhões, alta de 48,4%. A receita de carne de frango in natura – segundo colocado na pauta de exportações do Estado – teve queda pequena, 3,6%, para US$ 449,8 milhões. O milho teve resultado positivo nas exportações, com alta de 51,4% na mesma base de comparação – de US$ 145,8 milhões para US$ 220,8 milhões. 

Agricultura familiar

Com recursos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) no Plano Safra 2014/15 o Sicredi foi o agente financeiro que liberou o maior volume de crédito do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), totalizando R$ 882 milhões em 16.539 operações. Prova da relevância da instituição financeira cooperativa nessa área, o BNDES reconheceu o Sicredi como o principal apoiador do fortalecimento da agricultura familiar pelo segundo ano consecutivo.