RIO ? A deputada estadual Marta Rocha (PDT), ex-chefe da Polícia Civil do Rio, divulgou nota neste sábado em que critica a as declarações do delegado Alessandro Thiers, titular da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), sobre o caso da adolescente estuprada. Martha Rocha ainda lamenta a ausência da Delegacia da Mulher (DEAM).
Presidente da Comissão de Segurança Pública Assuntos de Polícia da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), a deputada afirmou que as frases de Thiers criminalizam e culpabilizam a vítima. De acordo com ela, “quando estamos diante de uma barbárie dessas e o delegado diz que ?está investigando se houve consentimento e que a polícia não pode ser leviana?, entendemos porque tantas mulheres deixam de ir às delegacias denunciar casos de abuso sexual e violência”.
ADVOGADA PEDE TROCA DE DELEGADO
A advogada Eloisa Samy Santiago, que defende a jovem de 16 anos, vai pedir o afastamento do delegado Alessandro Thiers, titular da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI). Segundo a advogada, ele estaria criminalizando e culpabilizando a vítima. O delegado rebateu as críticas e disse que Eloisa Samy está ?querendo bagunçar a investigação?. Em nota, a Polícia Civil disse que a ?investigação é conduzida de forma técnica e imparcial, na busca da verdade dos fatos, para reunir provas do crime e identificar os agressores, os culpados pelo crime.?
? Vou pedir o afastamento do delegado porque considero que a linha de interrogatório usada foi para criminalizar e culpabilizar a vítima. Ele (Alessandro Thiers) perguntou se ela (a jovem) já tinha participado de sexo em grupo. Constrangida, a menina me perguntou: ?preciso responder isso??. Disse que não e o delegado continuou insistindo com esse tipo de pergunta. Depois disso, encerrei o depoimento. A menina chorou muito em vários momentos. Eu tive que interromper para que ela pudesse se recompor ? disse Eloisa Samy.