
? Não resta a menor dúvida de que houve a ação dos agentes públicos nessa qualidade, a qual foi suficiente e necessária à causação do resultado morte da vítima, que foi torturada até a morte, na ação de policiais que no combate à criminalidade agem como criminosos ? relatou a magistrada na decisão.
O advogado de Amarildo, João Tancredo, afirma que, caso o estado recorra da decisão, ainda vai pedir o aumento das indenizações e a inclusão da sobrinha Michele e da mãe de criação da vítima.
Em fevereiro deste ano, sete dos policiais militares acusados no caso do desaparecimento e morte do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza foram expulsos da corporação. Submetidos ao Conselho de Disciplina da PM, foram punidos o 3º sargento Jairo Conceição Ribas e os soldados Anderson César Soares Maia, Wellington Tavares da Silva, Douglas Roberto Vital Machado, Jorge Luiz Gonçalves Coelho, Fábio Brasil da Rocha da Graça e Marlon Campos Reis.
Em janeiro, a juíza Daniela Alvarez Prado já havia condenado 12 PMs envolvidos no caso. As investigações tinham concluído que Amarildo foi torturado atrás dos contêineres nos quais funcionava a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha, em 2013. Entre os condenados estavam o major Edson Santos, ex-comandante da UPP, o tenente Luiz Felipe de Medeiros, subcomandante da UPP na época, o 3º sargento Jairo e também os soldados Douglas, Jorge Luiz, Wellington, Fábio e Marlon.
A maior pena foi de 13 anos e sete meses de prisão. Ao todo, 25 PMs foram denunciados no caso. Amarildo desapareceu no dia 14 de julho de 2013, na Rocinha. Os policiais suspeitavam que ele sabia onde os traficantes da comunidade escondiam armas e drogas. Na última imagem em que aparece, o ajudante de pedreiro aparece entrando numa patrulha e sendo levado à UPP. Na época, o major Edson Santos disse que Amarildo foi ouvido por alguns minutos e, depois, saiu do local a pé, sozinho.
A juíza concluiu que Amarildo foi torturado até a morte. O corpo do ajudante de pedreiro até hoje não foi encontrado.