Cotidiano

Em fevereiro choveu pouco, mas março já começa mais expressivo

Em apenas dois pontos a chuva ultrapassou a média histórica para fevereiro

Em fevereiro choveu pouco, mas março já começa mais expressivo

 

 

Curitiba – Fevereiro fechou com chuva abaixo da média histórica na maior parte das cidades paranaenses. A precipitação diária foi volumosa em alguns pontos do Estado, porém de forma isolada e rápida, típica de verão. Considerando o cenário de estiagem dos últimos dois anos, os números, no entanto, até que dão um fôlego aos reservatórios, de acordo com os dados do Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná).

Curitiba teve o fevereiro mais chuvoso em três anos, apesar de um déficit de mais de 30% da sua climatologia. Foram 101,2,6 mm de chuvas registrados em Curitiba neste mês de fevereiro, contra 72,2 mm em fevereiro de 2021 e 79,2 mm no mesmo mês em 2020. O Sistema de Abastecimento de Água Integrado de Curitiba aponta que o nível geral dos reservatórios está em 84,81%. Com poucas frentes frias, as instabilidades ocorreram de forma isolada. O déficit de chuva foi mais expressivo em parte do Norte e no Litoral do Estado, além de cidades como União da Vitória, Apucarana e Cerro Azul.

Foz do Iguaçu, Guaíra, São Miguel do Iguaçu, Palotina, Toledo, Cascavel, Assis Chateaubriand, Salto Caxias, Cianorte, Umuarama, Francisco Beltrão, Pato Branco, Cianorte, Campo Mourão, Maringá, Palmas, Guarapuava, Entre Rios (Guarapuava), Cândido de Abreu, Londrina, Telêmaco Borba, Fernandes Pinheiro, Ponta Grossa, Cambará, Pinhais, Antonina, Guaraqueçaba, Paranaguá e Guaratuba, onde há estações do Simepar, também registraram menos chuvas do que o esperado.

Em apenas dois pontos a chuva ultrapassou a média histórica para fevereiro. Em Jaguariaíva choveu 307,4 mm, quase 170 mm acima da média climatológica. Santa Helena também registrou boas precipitações. A chuva forte, porém, foi concentrada em poucos dias, como ocorreu em Umuarama, no dia 22, e em Pinhão, no dia 25, causando transtornos à população.

 

MARÇO

Para março, a tendência é que a chuva seja mais expressiva. “Principalmente em função da primeira quinzena deste mês, com várias frentes frias avançando pelo Estado e proporcionando a ocorrência de chuva um pouco mais expressiva”, destacou Samuel Braun, meteorologista do Simepar.

Em Paranavaí, o dia 1º de março já registrou a maior chuva diária: 66,8 mm, um número expressivo se levar em conta que a média histórica para o mês é de 115 mm. Em fevereiro, o acumulado foi de 67 mm.

“Se esquecermos a divisão dos meses, considerando que fevereiro tem 28 dias, podíamos dizer que em Paranavaí até choveu dentro da normalidade, com mais de 130 milímetros nos últimos 30 dias”, citou o meteorologista Fernando Mendonça Mendes, também do Simepar.

Em Cianorte, que teve déficit de chuvas acentuado em fevereiro, o primeiro dia de março também começou chuvoso, com precipitação acumulada de 56,6 mm – o esperado para março fica entre 110 e 120 mm. Em Curitiba, março deve ficar com chuvas próximas da média: 123 mm.

“O indicativo é que o regime de chuvas continue dentro da média. Não cobre o déficit dos anos anteriores, mas, pelo menos, não vai haver interrupção nas precipitações”, concluiu Mendes.

 

TEMPERATURAS

As temperaturas ficaram acima das médias históricas em boa parte do interior do Estado. Para este mês de março, a expectativa é de dias mais amenos, como o início do outono. Os dias foram mais quentes que a média para fevereiro no Estado, entre 1° C e 2° C, conforme o mapa divulgado pelo Simepar. Destaque para as temperaturas máximas médias, que ficaram até 3°C acima das médias em pontos das regiões Sudoeste, Oeste e Noroeste. A menor temperatura do mês ocorreu em General Carneiro, com 5,7°C, no dia 08. Em Capanema foi registrado maior valor, com 40,4°C, no dia 24.

 

 

Apesar do déficit, Cascavel tem alívio

 

Em Cascavel a chuva registrada na tarde de ontem (3), segue a tendência apontada pelo Simepar. A chuva forte e isolada traz alívio na temperatura e no sistema de abastecimento, porém, ainda está longe de ser considerada “normal”. Para se ter ideia, em fevereiro de 2018, a chuva registrada foi de 257mm, acumulando 614 mm nos dois primeiros meses daquele ano. Já em 2019, fevereiro registrou 86 mm, com 367 mm acumulado. Em 2020, fevereiro registrou 177 mm e o acumulado nos dois primeiros meses daquele ano, continuou caindo: 354 mm.

De acordo com os dados da Sanepar, em Cascavel, 2021 foi ainda mais seco, com apenas 37 mm registrados em fevereiro, mas como em janeiro as chuvas chegaram a 411 mm, o acumulado nos primeiros meses do ano passado foi de 448. De acordo com as informações da assessoria da companhia, do início de fevereiro até a tarde de ontem, o acumulado foi de apenas 59 mm. Segundo a Sanepar, as chuvas de 2022 já amenizaram a situação. “Para as cidades que são abastecidas por rios como Cascavel, Três Barras do Paraná e Dois Vizinhos (as duas últimas em rodízio) dá um fôlego a mais para os sistemas. Os rios recuperam parte da vazão”, observa a Sanepar, porém, as chuvas continuam bem abaixo da média: “Cascavel está com um déficit anual de cerca de 1 mil milímetros”.