
Atravessado por essa dinâmica sutil, o disco parte do synthpop-papo-reto de ?Sagittarius A? e chega à radicalidade do corpo estranho ?Maracajaiaçu? ? radicalidade para o ar (é o arranjo mais etéreo do disco) e para a terra (pela temática e vocabulário indígena). Entre as duas, a dupla desenvolve um pensamento contemporâneo, fragmentado, na combinação de suas referências, quase sempre em melodias simples e sedutoras ? pop, enfim. Sua música dialoga com artistas de sua geração que reprocessam os anos 1980, muitos dentro de nichos indie. Porém, ela se torna mais interessante quando ecoa o som radiofônico eletrônico mais popular daquela era ? seu subterrâneo carrega artistas como Marcos Valle, Rita Lee, Michael Jackson e Marina Lima. Ali, com elegância irônica e plastificada, soam mais profundamente 2016.
Cotação: Bom