O Consórcio Sorriso divulgou uma nota na tarde desta quinta-feira (23) na qual informa que alertou a Prefeitura de Foz do Iguaçu de que não teria recursos para a aquisição de óleo diesel e o pagamento de salários e fornecedores.
Diz ainda que houve um acordo com a prefeitura e que o Município faria um repasse emergencial para manter o serviço de transporte, porém o acordo não ocorreu, o que levou a empresa paralisar as atividades hoje.
No início da manhã, a prefeitura emitiu nota informando que foi “pega de surpresa” com a paralisação do transporte coletivo e que precisava vencer o trâmite burocrático para pagar R$ 1,2 milhão acordados.
Confira a nota na íntegra do Consórcio Sorriso:
Foi com surpresa que o Consórcio Sorriso soube que a Prefeitura de Foz do Iguaçu recebeu “com surpresa”, conforme consta em sua nota oficial, a informação de que o transporte coletivo não teria mais condições de operar a partir desta quinta-feira (23) por falta de recursos para a aquisição de óleo diesel, pagamento de salários e fornecedores, já que há mais de 20 dias ela tem total conhecimento do problema, ocasionado pela queda de mais de 95% da receita das concessionárias em decorrência das restrições impostas à circulação dos ônibus face à pandemia do novo coronavírus.
Ao longo desse período, em diversas reuniões e através de inúmeros ofícios, o Consórcio vinha alertando o poder público de que situação iria se agravar e poderia chegar a esse ponto. De sua parte, a Prefeitura, reiteradamente, acenava com a promessa de repassar recursos emergenciais para socorrer o sistema, o que até agora não foi concretizado, levando as empresas a acumular um passivo de mais de dois milhões de reais junto a fornecedores, além do atraso no pagamento dos salários.
Também causa estranheza que a Prefeitura alegue, na mesma nota, que não tem qualquer dívida com o Consórcio, quando, na verdade, foi exatamente por causa do decreto municipal determinando a paralisação quase total do transporte público na cidade que as concessionárias ficaram sem recursos financeiros para saldar seus compromissos e manter a operação em níveis no mínimo satisfatórios.
Quanto ao anunciado repasse de R$ 1,2 milhão para aquisição antecipada de passagens para os estudantes, é necessário ressaltar que tais recursos, se confirmados, vão apenas amenizar a situação temporariamente, mas não representam uma solução duradoura para o problema, que só será resolvido através de um subsídio que possa custear o saldo negativo de caixa das empresas durante o período em que durarem as restrições à plena operação do transporte público, como já é feito em dezenas de municípios do país.
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