Cotidiano

Compra de Pasadena está no radar das autoridades dos EUA

Pasadena

WASHINGTON ? Um dos negócios mais nebulosos investigados pela Lava-Jato, a compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), pela Petrobras, há dez anos, está na mira das autoridades americanas. Embora não exista processo judicial formal para apurar especificamente a compra da refinaria, o caso segue no radar do Departamento de Justiça norte-americano, que investiga de forma global a situação da Petrobras e de outras empresas brasileiras citadas no escândalo de corrupção.

Lava-Jato ? 6/6

A compra de Pasadena gerou à estatal prejuízos estimados em US$ 792 milhões (cerca de R$ 2,8 bilhões ao câmbio atual) e possíveis propinas de US$ 100 milhões (R$ 360 milhões).

O Departamento de Justiça não dá detalhes de suas investigações. Já a Petrobras informou, em seu último ?Formulário de Referência de 2015?, publicado em 28 de maio, que ?existem procedimentos em andamento perante a SEC (órgão regulador do mercado acionário americano) e o Departamento de Justiça dos EUA para averiguar as ocorrências da Operação Lava-Jato e eventuais práticas de violação da lei americana sobre a prática de corrupção no exterior (Foreign Corrupt Practices Act)?. Segundo a estatal, ?violações desta ou de outras leis podem resultar na imposição de multas e expor a Petrobras e seus empregados a sanções penais e ações cíveis?.

A Petrobras comprou 50% da refinaria por US$ 360 milhões (incluindo US$ 170 milhões em estoque de petróleo) da belga Astra, que, por sua vez, havia comprado a refinaria inteira por US$ 42,5 milhões um ano antes. Pouco tempo depois, o sócio belga saiu do negócio, e a Petrobras foi obrigada por contrato a comprar a outra metade de Pasadena.

?A Petrobras instaurou uma Comissão Interna de Apuração para apurar possíveis irregularidades na compra da Refinaria de Pasadena. O relatório final foi enviado às autoridades competentes para aprofundamento das investigações. A refinaria opera normalmente, processando 100 mil barris de petróleo por dia?, afirmou a estatal, em nota.