As chuvas de abril ficaram acima do esperado em grande parte do Paraná, bem diferente do que aconteceu no mesmo mês em 2021, quando a seca dominou o mapa do Estado. As temperaturas para o mês de abril ficaram dentro do comportamento histórico. O mês de abril foi marcado ainda pelo registro de menor temperatura do ano em General Carneiro (região Sul) e fechou com tempestades de granizo e vendaval, que impactaram o fornecimento de energia elétrica, especialmente em Maringá.
Os dados do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) sobre as precipitações em 11 estações meteorológicas revela que na maior parte delas, o índice pluviométrico ficou acima da média. Chegou até a quadruplicar em Foz do Iguaçu (409%), que choveu 299 mm, frente à média histórica de 73,1 mm para o mês.
Em Campo Mourão (149,4 mm), Francisco Beltrão (276,4 mm), Cascavel (254,8 mm) e Pato Branco (276,4 mm) o acumulado foi praticamente o dobro do esperado. No Litoral, ao contrário, o desvio foi negativo (anomalia): em Antonina o índice foi de 152,3 mm de precipitação, 17,7% abaixo esperado; em Guaratuba, choveu 151,2 mm, 22,3% baixo da média. (veja a tabela)
“O mês de abril foi marcado com chuvas acima da média nas regiões Noroeste, Oeste, Sudoeste e Sul do Paraná. Nas demais, os acumulados de chuva estiveram próximos ou pouco abaixo da média histórica. Esse comportamento pode ser associado pelo gradual enfraquecimento fenômeno La Niña e também a uma maior interação entre as frentes frias e a umidade que vem da Amazônia”, analisa a meteorologista do Simepar, Lidia Mota. O padrão foi bem diferente em abril de 2021, quando o regime de chuvas foi abaixo da média em todo o Estado. “Tivemos a influência da La Nina de forma bem mais significativa, mantendo o regime mais seco sobre o Paraná”, cita a meteorologista.
O comportamento das temperaturas esteve dentro da média esperada sobre todo o Estado. O município de General Carneiro, no extremo Sul do Estado, registrou a menor temperatura do ano e do Estado na manhã da sexta-feira (15).
TEMPORAL – Tempestades de granizo e vendaval fecharam o mês atingindo com mais força os municípios das regiões Oeste, Sudoeste, Sul e Metropolitana de Curitiba foram as mais atingidas na madrugada do dia 23. De acordo com o Simepar, a passagem de uma frente fria pelo Estado desencadeou temporais acompanhados de muitas descargas elétricas, rajadas de ventos e chuva de granizo em diferentes cidades. Com rajadas de vento que chegaram a 91,8 km/h, foi considerado um dos piores eventos climáticos na região Noroeste. E o mais severo da história da Copel no município.
No auge das chuvas, 473 mil domicílios chegaram a ficar sem energia, em diversas regiões do Paraná. As equipes da Copel fizeram uma força-tarefa por cinco dias. Às 21h23 da quarta-feira (27), a Copel finalizou o último trabalho de recomposição da rede de energia elétrica de Maringá, destruída pelo vendaval. Ao todo, mais de 800 técnicos e eletricistas de serviços e manutenção, e até de equipes de obras, atuaram nas ruas da cidade para a reconstrução, muitas deles vindos de outras regiões do Paraná. Foram realizados 2.150 serviços. A contabilidade final dos postes quebrados em Maringá pela queda de árvores durante o evento climático foi de 194.
ATINGIDOS – O Boletim de Ocorrências da Defesa Civil mostrou que os temporais atingiram 16 municípios e afetaram 11.401 pessoas, sendo que 48 tiveram que deixar as suas casas. Para mitigar os efeitos e atender emergencialmente as famílias afetadas, a Coordenadoria Estadual da Defesa Civil levou ajuda humanitária e entregou telhas, colchões e kits dormitórios.
MAIO – Para este mês de maio, a meteorologista explica que a expectativa continua sendo de gradual enfraquecimento do fenômeno La Niña. “O que poderá induzir chuvas próximas um pouco abaixo da média esperada, no entanto não se descarta a possibilidade de algumas regiões apresentarem chuvas acima da média”, cita. O comportamento das temperaturas também deve se manter dentro do esperado.
AEN