Apesar da pandemia de covid-19 estar no foco da população, há outra doença que também exige a atenção e requer muitos cuidados: a dengue, que já é uma velha e nada amigável conhecida dos cascavelenses. Somente no último ano epidemiológico foram mais de 7,8 mil casos confirmados e sete óbitos e uma epidemia que assolou todo o Paraná.
Neste novo ciclo epidemiológico os dados mal começaram a ser registrados e já passam a preocupar novamente. De acordo com o novo boletim da Secretaria Municipal de Saúde, em 51 dias já foram registrados 28 confirmações da doença, ou seja, uma média de 1,8 casos por dia.
O bairro Neva é o que mais tem casos, com 4 pessoas contaminadas pelo mosquito Aedes. Depois aparecem Brasmadeira, Morumbi, Periollo, o Loteamento Riviera e o Distrito de Juvinópolis com dois casos cada.
Segundo a diretora de Vigilância em Saúde, Beatriz Tambosi, os cascavelenses precisam adotar medidas para eliminar os criadouros do mosquito. “Apesar de estarmos vivendo uma pandemia, não podemos nos esquecer da dengue. Não podemos nos acostumar com esse alto número de casos, muito menos com óbito. Há uma grande preocupação da Vigilância em Saúde, pois nesse momento pandêmico, as visitas nem sempre acontecem como gostaríamos. Mais do que nunca precisamos da colaboração da população. Os agentes de Endemias não estão fazendo inspeções dentro do domicílio, só na parte peridomiciliar [quintal] e quando tem morador do grupo de risco, seja suspeito ou confirmado, os agentes ficam somente no portão”, explica a gerente, reforçando que a mobilização da população é o que fará a diferença na guerra contra a dengue.
Embora o município esteja passando por um período de estiagem isso não é motivo para retroceder nos cuidados, uma vez que o ovo do mosquito pode resistir por até um ano só esperando gotículas de água para eclodir.
Vale destacar que agentes de Endemias seguem com as visitas domiciliares e atendimentos a denúncias. Aliás, caso você tenha uma denúncia, o canal para isso é o 156, a Ouvidoria do Município.
Como posso ajudar?
Somente uma mobilização da comunidade é o que fará a diferença nessa guerra contra o mosquito. Não deixe acumular água parada, até mesmo água suja.
Dentre os locais que precisam ser vistoriados pela população estão: edícula, tonéis com captação de água da chuva, aquários sem bomba de oxigenação, pratos de vasos de plantas, bandejas das geladeiras, bebedouro de animais, tanque de roupas que ficam com água empossada no fundo, coletor de água da saída do ar-condicionado, lixeiro sem tampa e sem furo embaixo, piscinas de plástico, cisternas, caixas de gorduras e plantas aquáticas, pequenos objetos nos quintais; como tampas de garrafas, copos plásticos e brinquedos infantis. A destinação de pneus também é outro problema. A recomendação é deixá-los em uma área coberta ou então encaminhar para uma borracharia que se responsabilize. Até mesmo gotículas de água numa tampinha de plástico já são suficientes para se transformar no criadouro do mosquito.