Cascavel – O ano passado foi de bastante mudança no transporte público de Cascavel. Primeiro veio a implantação da bilhetagem eletrônica, que fez com que a população precisasse fazer o cartão do ValeSim para andar de ônibus. Na sequência teve o aumento da passagem de R$ 2,90 para R$ 3,30. Depois, a greve do transporte público, que durou 10 dias.
E essas mudanças trouxeram um reflexo nada positivo nos números das duas empresas que prestam serviço em Cascavel. Segundo dados da Cettrans (Companhia de Engenharia Transporte e Trânsito), houve uma queda de mais de 12% no número de passageiros econômicos, que são aqueles que pagam a tarifa, no comparativo entre 2014 e 2015.
Conforme levantamento solicitado pela reportagem de O Paraná, a média mensal de passageiros em 2014 foi de 1.542.818 pessoas e em 2015 caiu para 1.356.336. Isso equivale a uma queda de mais de 6 mil pessoas por dia. Se comparado o ano passado com 2013, a queda foi de mais de 13%, saltando de 1.564.930 passageiros para 1.356.336.
Em reais, calculando como base os valores atuais cobrados dos usuários, a queda no número de passageiros representa R$ 615.390,50 a menos em 2015 do que no ano de 2014 e de R$ 688.360,20 comparando-se os anos de 2013 e 2015.
Fatores
Questionada em relação aos motivos para essa queda no número de passageiros que pagam, a assessoria de imprensa da Cettrans disse que eles têm caído gradativamente, mas em contrapartida aumentaram as gratuidades, com destaque para os idosos a partir de 60 anos.
Sobre a influência da implantação da bilhetagem eletrônica, a assessoria destaca que ela aconteceu no fim de novembro, o que pouco influenciou nos números. A assessoria conta ainda que alguns fatores foram determinantes para a redução, dentre eles a paralisação dos veículos midiônibus de novembro/2014 a abril/2015; a crise econômica e o aumento do desemprego; e a greve dos trabalhadores. Nesse caso, especificamente, eles citam que como os usuários buscaram meios alternativos de locomoção (a pé, de bicicleta, carona) e depois não retornaram.
NO PAÍS
De acordo com um levantamento divulgado pela NTU (Associação Nacional das Empresas de Transporte Urbano), a redução média no País, de 2014 para 2015, foi de 4,2%, representando 900 mil passageiros por dia. Segundo a NTU, nos últimos 20 anos os ônibus perderam espaço para motos e carros, além da crise econômica que motiva deslocamentos à pé e até mesmo a eliminação de algumas saídas.