Rio de Janeiro – Os analistas do mercado voltaram a diminuir a previsão para o crescimento da economia neste ano, desde a contração de 3,54% calculada há uma semana até a queda de 3,60% prevista em uma pesquisa divulgada ontem, em meio ao agravamento da crise política do País.
Esta foi a nona vez consecutiva que os economistas consultados semanalmente pelo Banco Central elevaram a projeção para a contração do PIB (Produto Interno Bruto) em 2016. Os especialistas, no entanto, melhoraram a previsão para o crescimento da economia em 2017, para quando esperam uma contração de 0,44% frente à baixa de 0,50% que projetavam na semana passada.
Os dados figuram no Boletim Focus, publicação semanal do Banco Central que inclui uma pesquisa com cem especialistas de entidades financeiras do setor privado sobre o rumo da economia do país.
O pessimismo dos economistas cresceu em meio à grave crise política. Se forem confirmadas as previsões dos economistas para 2016, o Brasil sofrerá uma contração econômica por dois anos seguidos pela primeira vez desde 1930. Isso devido ao fato do PIB ter contraído no ano passado 3,8%, seu pior resultado nos últimos 25 anos.
Quanto à inflação, os analistas melhoraram ligeiramente a previsão para este ano, que reduziram de 7,46%, calculada na semana passada, para 7,43% projetada na pesquisa divulgada ontem. Apesar de a inflação prevista melhorar com relação ao ano passado, quando o Brasil registrou um aumento dos preços de 10,67%, o índice ficará novamente acima da meta estabelecida pelo governo.