PARIS – O oitavo homem mais rico da França, segundo dados da Bloomberg, está investindo US$ 100 milhões de sua fortuna para exportar para o Vale do Silício sua escola pouco convencional de engenharia de software para preparar futuros programadores de computador ? de graça.
O bilionário Xavier Niel é o fundador da Iliad, uma empresa de internet, e está abrindo, na Califórnia, uma filial de sua escola gratuita criada em Paris, chamada de 42 ? nome que faz uma referência à série de ficção científica de Douglas Adams ?O Guia do Mochileiro das Galáxias?. Nos EUA, universidades são muito caras, muito elitistas e não estão preparando as pessoas apropriadamente para as necessidades das empresas de tecnologia, argumenta Niel.
?Os estudos nos Estados Unidos são muito caros, bloqueando o caminho de muitos indivíduos para receber uma educação, encontrar um trabalho bem remunerado, e viver o sonho americano?, de acordo com um comunicado da 42 divulgado na terça-feira.
A falta de mão de obra qualificada para preencher as vagas abertas é uma reclamação antiga da indústria de tecnologia nos EUA. Empresas que vão de Alphabet a Facebook e Ubert têm encontrado dificuldades para contratar engenheiros de software com a mistura certa de personalidade, cultura e habilidade.
NA FRANÇA, MAIS DE 2.500 ALUNOS
O objetivo da escola de Niel é ajudar a dar a mais alunos a oportunidade de conseguir estudar gratuitamente habilidades que sejam altamente desejáveis ? ?baseado somente em seus talentos e motivações?, em vez de basear-se no status financeiro ou no grau de educação, diz o comunicado.
Baseado no modelo lançado pelo ricaço na França em 2013, a organização sem fins lucrativos vai crescer a 10 mil alunos dentro dos próximos cinco anos, disse a escola, permitindo que a instituição treine talentos em tecnologia da informação em larga escala.
O modelo pouco convencional da 42 é baseado no aprendizado peer-to-peer, quando um estudante aprende com o outro. Pelos moldes originais, os alunos do campus de mais de 18.500 metros quadrados em Fremont não pagam mensalidade, podem ir e vir livremente de dia ou à noite e não têm professores nem palestras.
Eles são designados para projetos de programação para alguns dos parceiros de pesquisa da escola, e podem usar mais de mil iMacs topo de linha conectados a redes de banda larga de alta velocidade, além de servidores de alta capacidade.
Os métodos não ortodoxos de ensino já estão atraindo interessados na França, onde a escola tem mais de 2.500 estudantes. Uma das interessadas nos alunos da instituição é a consultoria Ametix já afirmou que quer contratar todos os futuros formandos do campus francês da 42.