BELO HORIZONTE ? Nomeada pelo marido, o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), a jornalista Carolina de Oliveira Pereira Pimentel foi exonerada, nesta terça-feira, do cargo de secretária estadual de Trabalho e Desenvolvimento Social, após sofrer nova derrota na Justiça mineira. A primeira-dama perdeu recurso que pedia a manutenção de sua nomeação para o posto. A decisão foi tomada pela desembargadora Hilda Teixeira da Costa, da 2ª Câmara Cível, que rejeitou pedido feito pela Advocacia-Geral do Estado (AGE). A exoneração de Carolina foi publicada no Diário Oficial de Minas. Assim, ela perde o foro no Tribunal de Justiça de Minas.
A primeira-dama é investigada junto com o marido na Operação Acrônimo, que apura suposta lavagem de dinheiro em contratos com o governo federal e uso de recursos desviados em campanhas eleitorais, entre elas a de Pimentel para o governo de Minas. A Polícia Federal (PF) investiga se uma empresa em nome de Carolina recebeu pagamento da Pepper, agência de publicidade ligada ao PT e supostamente envolvida em caixa 2 de campanhas.
Caroline foi nomeada no dia 28 de abril para ocupar a vaga de André Quintão, que reassumiu o mandato de deputado estadual. Na ocasião, o governo de Minas informou que a primeira-dama havia sido indicada pelo próprio Quintão e que sua nomeação já era planejada e aguardava ?apenas o retorno da primeira-dama da licença maternidade?. Parlamentares da oposição argumentam, no entanto, que a nomeação tinha o objetivo de conceder foro privilegiado à primeira-dama.
Nesta terça-feira, o Executivo afirmou, em nota, que Carolina não recorrerá da decisão e voltará a se dedicar ao Serviço Voluntário de Assistência Social (Servas), órgão que preside.
?A decisão foi tomada para impedir que falsas polêmicas geradas pela oposição interfiram na continuidade e no avanço dos importantes projetos já em curso na Secretaria de de Trabalho e Desenvolvimento Social (Sedese)?, diz o texto.
No dia 6 de maio, Fernando Pimentel foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) por corrupção e lavagem de dinheiro. Ele é acusado de receber R$ 2 milhões em troca de favores quando era ministro do Desenvolvimento da Indústria e Comércio.
Antes de se casar com Pimentel, Carolina trabalhava como assessora de imprensa do petista no ministério. Ela era contratada por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), órgão vinculado à pasta liderada, na época, por Pimentel.