Brasília – A ANA (Agência Nacional de Águas) iniciou ontem (19) uma série de eventos comemorativos ao Dia Mundial da Água, 22 de março. A abertura dos eventos contou com a participação de técnicos e autoridades, em um painel dedicado a debater os seis anos da crise hídrica que o Brasil enfrenta.
Segundo a ANA, os painéis contribuirão para a finalização do Plano de Segurança Hídrica, prevista para abril. O plano conterá indicações sobre os investimentos necessários no setor, de forma a minorar problemas como os da seca, no Nordeste, e das cheias como as do Rio Madeira, na Região Norte. “O crescimento econômico passa pela disponibilidade da água em termos quantitativo e qualitativo”, disse a presidente da ANA, Christianne Dias, ao destacar ações como a transposição do Rio São Francisco; a expectativa de consolidação das ações da agência no saneamento básico; e o fortalecimento do plano em elaboração.
O presidente interino da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba), Marco Aurélio Diniz, ressaltou que a escassez hídrica que vem ocorrendo na bacia do Rio São Francisco “é um processo preocupante por afetar todos os segmentos sociais” – o que abrange mais de 500 municípios. “Falamos de mais de 14 milhões de pessoas”, completou Diniz.
De acordo com Marcelo Cruz, diretor da ANA, o País terá melhores condições de avaliar suas ações no setor a partir de um estudo que será divulgado nesta sexta-feira. “Poderemos calcular todos os indicadores [relativos ao setor hídrico] dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) porque adotamos a melhor base de dados possível, com abordagens críticas e sugestões de aprimoramento relacionadas a esses objetivos no Brasil.”
Outro integrante da diretoria da ANA, Ney Maranhão destaicou que os últimos seis anos foram marcados por “um conjunto de situações hídricas extremas” que demonstraram incapacidades no sentido de dar respostas efetivas a ameaças. “E crises, quando não resolvidas, podem resultar em acidentes ou desastres”, disse Maranhão, ao adotar como exemplo o rompimento das barragens que resultaram na morte dos rios Doce e Paraopeba.