Nova Laranjeiras – A invasão de uma nova área da Araupel, na região conhecida por Guajuvira, no interior de Nova Laranjeiras, foi a resposta do MST a uma nova decisão do TRF4, de Porto Alegre, divulgada sexta-feira.
O despacho do Tribunal Regional Federal, o terceiro em cerca de três meses com ganho de causa à empresa, indeferiu pedido de reconsideração formulado pela União e Incra no qual pedem a antecipação dos efeitos de tutela recursal deduzido pela agravante (Araupel) para determinar a suspensão do trâmite do processo originário.
Pela terceira vez, o TRF4 impõe derrota ao parecer da Vara Federal de Cascavel, que questionou a posse de áreas da empresa no Sudoeste do Estado. A decisão em primeira instância, mesmo que sem qualquer autorização da Justiça para tanto, foi suficiente para que o Movimento Sem-Terra fizesse duas novas invasões à propriedade, criando uma situação de tensão com moradores de Quedas do Iguaçu.
Agora, com a terceira derrota, o MST decide, em vez de seguir a determinação da Justiça, ir no caminho oposto, lamentou ontem um líder empresarial daquela região que prefere ficar anônimo.
Questionado sobre a nova invasão que contaria com a participação de cerca 200 pessoas (seriam 450 famílias, segundo o MST), o Movimento Sem-Terra segue afirmando que a área não pertence à empresa e que não desistirá dela. A invasão ocorreu no fim de semana e funcionários da Araupel, em Quedas do Iguaçu, ficaram sabendo porque receberam um aviso de líderes do MST.
O recado era de que a empresa retirasse funcionários do Guajuvira, porque ali teria início um novo assentamento sem-terra. Mesmo com a atitude do MST, a Araupel tentou o diálogo para que a empresa possa seguir com o trabalho de corte de matéria-prima para abastecer suas unidades industriais.
Líderes cobram reintegrações
Como têm feito nas últimas semanas, líderes de entidades organizadas do interior do Paraná voltam a cobrar o Estado quanto ao cumprimento de mandados de reintegração de posse. A Araupel conta com dois em aberto e que deveriam ter sido cumpridos há um bom tempo.
São mais de 70 as determinações da Justiça no Paraná até agora não cumpridas pelo governo estadual. A opção, segundo o secretário de Assuntos Fundiários, Hamilton Serighelli, tem sido pelo diálogo para evitar violência.