Jacu do Mato

“A Casa do Rock” é retomada na décima edição com sucesso garantido

“A Casa do Rock” é retomada na décima edição com sucesso garantido

Corbélia e Paraná - Corbélia – Se engana quem acha que o “Rock” tem um público específico, uma cor ou um gênero. O som que pode ser leve, agudo ou mais grave agrada todos os públicos, desde crianças, adolescentes, jovens, adultos e até os idosos que relembram nas canções antigas um pouco dos “bons momentos da sua juventude”. Neste mês do Rock, já que no dia 13 de julho é comemorado o Dia Mundial do Rock, a cidade de Corbélia pode reviver uma festa que há anos estava apenas na lembrança.
O “Jacu do Mato” que teve a sua primeira edição em 2012 realizado na sua casa, a Chácara Sedlacek foi um grande sucesso, reunindo pelo menos mais de 200 pessoas da cidade e de toda a região, com muito chopp e comida boa. O local que pertence à família de um dos organizadores da festa, o engenheiro e empresário Ricardo Rafael Sedlacek, conhecido popularmente como “Pipo” foi todo organizado nos mínimos detalhes, com uma estrutura digna de grandes eventos.
Com dois palcos, tendas para proteção do sol, locais de descanso, iluminação em diversos ambientes, o sábado do dia 26 de julho foi com certeza um “dia diferente” para quem esteve na festa que reuniu seis bandas de rock da cidade e da região. A festa começou às 14h e se estendeu até 21h com a apresentação das bandas e a presença do público que levou a sua cadeira e confortavelmente assistiu aos shows.
Uma delas foi da “Humam Chaos” que tocou pela a primeira vez no evento. “Acho que é muito bom para Corbélia este tipo de festa que promove o rock e o metal que reúne todos os públicos. Famílias inteiras estão aqui para curtir um sábado diferente”, disse o guitarrista e vocalista da banda, Kadu Boniatti. A Humam Challs que ainda é formada por outros dois integrantes, Marco Elsmer na bateria e Rafael Cardoso no baixo, tocando músicas inspiradas em bandas internacionalmente conhecidas como Sepultura e Metálica.
Diretamente de Toledo a Stond Dogs animou o público com músicas mais antigas levando ao “uhuuu” da galera que curtiu o show que foi iluminado por um por do sol magnífico que deixou a festa ainda mais perfeita. Helton Ricardo, baterista da banda disse que a ideia da festa é muito boa, já que este tipo de espaço é importante para fomentar o rock e foi um verdadeiro prazer participar da festa que teve uma “energia das boas”. “O Rock vive, é o sangue na veia e vida longa ao Jacu do Mato”, comemorou.
Samuel Frederico conhecido como “Sansão” é um dos organizadores da festa e ainda integrante de duas bandas que se apresentaram, Cabreja e a Dead Echoes e lembrou-se das primeiras edições, que começaram tímidas e que foram crescendo. “Na primeira a gente esticava a lona e jogávamos a serragem no chão, pelo o amor ao rock e a música, juntando dinheiro para conseguir ajudar na gasolina daqueles que vinham conosco fazer esta festa que sempre foi na improvisação e hoje vemos o seu crescimento e isso é muito legal”, alegrou-se.

Mais porque Jacu?

O batismo veio do pai do Pipo, o baterista Ricardo Sedlacek que faleceu em 2022, mas que foi um dos primeiros músicos de bandas de rock de Corbélia e da região. O integrante da antiga banda “A Corrente” deu o nome a primeira festa porque a chácara sempre foi à casa da ave que tem o nome do Jacu, que é conhecida por querer ficar escondida no mato. Por causa da sua aparência desajeitada e seu comportamento que parece desnorteado, o nome da ave passou a designar o sujeito embaraçado, acanhado, sendo também sinônimo para o ‘caipira ressabiado’, o jeca-tatu.

A Retomada do Jacu do Mato

Pipo lembrou que em 2012 um grupo de amigos pediu para ir até a chácara tocar e decidiram fazer a festa com a benção do pai Ricardo e que, de lá pra cá, os organizadores são sempre os mesmos, fazendo uma festa melhor que a outra, que por diversos motivos parou por alguns anos e agora foi retomada nesta 10ª edição.
“O objetivo nunca foi ter lucro, várias edições as pessoas levaram a sua bebida e sempre cobramos uma taxa simbólica para as despesas. Nossa intenção sempre foi de fomentar, de dar um espaço para que os músicos pudessem tocar sem ter uma banda formada. Várias bandas construíram a sua história ali, usando o Jacu do Mato como trampolim para uma banda profissional”, contou.
Além disso, as festas sempre foram uma oportunidade das pessoas se conhecerem e montarem as suas bandas. “Temos uma ligação com a natureza, encontramos as nossas professoras curtindo a festa, crianças sempre participaram, famílias inteiras, atingindo o compromisso social de entregar a cultura, mesmo sem verba pública e nem patrocínio e nesta edição desde que o grupo decidiu reviver a festa, todo toparam e o público compareceu e fez a festa”, enalteceu.