Os dias predominantemente nublados e chuvosos das últimas semanas não impediram totalmente a colheita do trigo no Paraná. O avanço foi consistente, com crescimento de 16 pontos porcentuais em relação ao que se verificava havia duas semanas. Esse é um dos assuntos abordados no Boletim de Conjuntura Agropecuária referente à semana de 15 a 21 de outubro. O documento é preparado pelos técnicos do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento.
O levantamento feito a campo mostra que já foram colhidos 74% da área total de trigo paranaense, estimada em 1,21 milhão de hectares. Com condições climáticas mais propícias para o trabalho desde quarta-feira (20), espera-se que o processo seja acelerado ainda mais, reduzindo o pequeno atraso que se verifica e possibilitando que se posicione mais próximo da média para este período do ano.
Em decorrência das condições climáticas nas localidades de colheita mais recente, o PH do cereal (nível de acidez) está mais baixo. No entanto, o produto mantém qualidade suficiente para uso na panificação. O que se observa no campo são alguns pontos de acamamento das lavouras e perda de peso nos grãos. Essa situação, aliada às quebras por seca, podem levar a novo rebaixamento na previsão de safra, a ser anunciada ainda em outubro. No mês passado, a projeção era de 3,5 milhões de toneladas.
SOJA E MILHO – Enquanto a colheita do trigo evoluiu nos últimos dias, no caso da soja as condições climáticas ajudaram no plantio da safra. O relatório aponta que foram plantados 2,1 milhões de hectares, ou seja, 38% da área total estimada em 5,6 milhões de hectares. As chuvas regulares contribuem também no bom desenvolvimento das plantas.
Da mesma forma, os produtores de milho impulsionaram os trabalhos e já estão com 371 mil hectares semeados. A previsão é de que a área total para este ciclo seja de 420 mil hectares. As condições gerais das lavouras são boas para 96% da área, enquanto os 4% restantes estão em situação mediana.
FEIJÃO, BATATA E MANDIOCA – O boletim relata, ainda, que as chuvas ajudaram nas atividades de plantio e manejo do feijão. O primeiro ciclo da safra 2021/22 está com 76% da área plantados. Os técnicos de campo do Deral detectaram que 78% encontram-se em fase de desenvolvimento vegetativo, 19% em germinação e 3% em floração, a maioria em boas condições.
O Paraná está na entressafra da colheita da batata, com expectativa que o trabalho comece em novembro. A área é de 15 mil hectares e 93% estão em boas condições. Para a mandioca também há previsão de que os trabalhos de campo sejam retomados a partir desta semana e os produtores poderão dar continuidade à colheita e ao plantio.
SUÍNOS, AVES E LEITE – O documento preparado pelo Deral registra o crescimento em 7% na exportação de carne suína paranaense entre janeiro e setembro deste ano, comparado com o mesmo período do ano passado. Hong Kong é o principal comprador com 36% do total de 112,4 mil toneladas.
Sobre a avicultura, a análise discorre no custo de produção do frango. No Paraná, o aumento ficou em 1,7% em agosto, comparativamente ao mês anterior. O boletim analisa, ainda, com detalhes, os reajustes nos preços do milho e de farelo de soja, dois dos principais componentes da alimentação das aves.
Por fim, registra-se o pedido feito pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para que os frigoríficos habilitados a exportar carne bovina para a China suspendam a produção destinada ao país asiático. Desde 4 de setembro, os chineses não compram mais essa proteína animal brasileira, em razão de focos da doença da vaca louca detectados em Minas Gerais e Mato Grosso.
(Agência Estado)