
Cascavel e Paraná - A agricultura brasileira vive um momento de intensa transformação, impulsionada pela chegada constante de novas tecnologias. Entre elas, o uso de drones tem se consolidado como uma das principais ferramentas a serviço da produção agrícola moderna. Seja no monitoramento de lavouras ou nas aplicações de defensivos, os equipamentos aéreos vêm revolucionando a rotina do campo.
O presidente da FEAPR (Federação dos Engenheiros Agrônomos do Paraná), Cesar Veronese, destaca que a tecnologia é bem-vinda, mas exige preparo técnico e acompanhamento profissional. “Os drones chegaram para ficar e já fazem parte da agricultura avançada, principalmente na pulverização. Mas o produtor precisa estar atento: quem utiliza esses recursos precisa se especializar e contar com uma assessoria agronômica qualificada. O acompanhamento técnico é tudo”, reforça.
Segundo Veronese, o avanço tecnológico no setor é impressionante e impõe um novo ritmo de atualização para profissionais e produtores. “A velocidade das inovações é incrível. A cada seis meses surge algo novo no mercado voltado à agricultura. Muitos produtores já utilizam o drone e outras ferramentas tecnológicas com apoio de profissionais capacitados, sempre com respaldo do Engenheiro Agrônomo e em conformidade com o Receituário Agronômico”, explica.
O presidente da FEAPR enfatiza que o uso correto dessas tecnologias não apenas melhora os resultados produtivos, como também garante segurança ambiental e eficiência no uso de insumos. “Quando o trabalho é bem orientado, os ganhos são enormes. O drone, por exemplo, permite uma aplicação mais precisa, reduzindo desperdícios. Mas isso só é possível quando há o envolvimento direto de um engenheiro agrônomo com a devida capacitação”, pontua Veronese.
Com o objetivo de fortalecer esse elo entre tecnologia e conhecimento técnico, a FEAPR tem promovido uma série de iniciativas em parceria com entidades de classe da agronomia. “Estamos realizando encontros e capacitações em diversas regiões do Estado, abordando o uso de drones e outras ferramentas inovadoras. A ideia é difundir essas novas tecnologias e preparar o profissional da agronomia para essa nova realidade”, afirma o presidente.
O papel estratégico do Engenheiro Agrônomo
Para Veronese, o papel do engenheiro agrônomo se torna cada vez mais estratégico diante desse cenário de transformação. “A tecnologia por si só não garante resultados. Ela precisa ser bem aplicada, e é aí que entra o conhecimento técnico. O futuro da agricultura depende da união entre inovação, responsabilidade e orientação profissional”, conclui.
Com a disseminação acelerada de soluções digitais no campo, o desafio agora é garantir que produtores e profissionais caminhem juntos nessa nova etapa. A agricultura 4.0, destaca Veronese, já é uma realidade – e o sucesso dela depende, sobretudo, da valorização da agronomia como ciência essencial para a produção sustentável e eficiente.
Drones na Lavoura: Guia Completo
Esses equipamentos, que no início realizavam serviços como georreferenciamento, monitoramento e análise por imagens, hoje podem embarcar produtos agroquímicos para efetuar pulverizações. Para orientar os agricultores sobre o uso destes equipamentos, o Sistema FAEP, com apoio da FEAPR e demais entidades, desenvolveu a cartilha “Drones na lavoura – guia completo para pulverização agrícola”. O material traz as informações necessárias para o uso dos drones de pulverização com responsabilidade, segurança e em conformidade com as normas legais.
Para operar drones é necessário registro na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e cadastro no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Além do corpo técnico do Sistema FAEP, o conteúdo da cartilha teve participação de especialistas do Mapa, da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR), do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag), da Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar) e da Federação dos Engenheiros Agrônomos do Paraná (FEAPR).