Avicultural de corte. Foto Jonas Oliveira/ANPr
Avicultural de corte. Foto Jonas Oliveira/ANPr

Brasil - Cascavel – A ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) comemorou a reabertura do mercado da China para a carne de frango brasileira, anunciada na sexta-feira (7) pelas autoridades chinesas. A suspensão havia ocorrido após o único foco registrado — já totalmente superado — de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) na produção comercial de frango do país, em 16 de maio, no município de Montenegro (RS).

Com o controle e erradicação da enfermidade em curto prazo, o Brasil retomou rapidamente o status de livre de IAAP junto à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). Paralelamente, o governo federal intensificou esforços diplomáticos para restabelecer o comércio com os países que haviam suspendido temporariamente as importações. O trabalho foi conduzido pelo ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, com o apoio dos secretários Luís Rua (Relações e Comércio Internacional) e Carlos Goulart (Defesa Agropecuária), além da atuação conjunta da Presidência, Vice-Presidência e do Itamaraty.

A estratégia deu resultado. Depois da retomada pela União Europeia, a China — último grande importador que ainda mantinha restrições — reabriu oficialmente seus portos para o frango brasileiro. “Houve um trabalho técnico e diplomático exemplar, que incluiu a renegociação de certificados sanitários e a articulação entre governo e setor privado. A reabertura do mercado da China coroa o sucesso dessa ação liderada pelo ministro Fávaro e sua equipe”, destacou o presidente da ABPA, Ricardo Santin.

Até maio, mês da ocorrência do foco de IAAP, a China era o principal destino da carne de frango brasileira, com 228,2 mil toneladas embarcadas entre janeiro e maio — o equivalente a 10,4% do total exportado pelo país —, gerando receita de US$ 545,8 milhões.

Crescimento e Perspectivas das Exportações

Crescimento no fim do ano

As exportações brasileiras de carne de frango registraram em outubro o segundo melhor resultado mensal da história, segundo a ABPA. Foram embarcadas 501,3 mil toneladas, alta de 8,2% em relação ao mesmo mês de 2024 (463,5 mil toneladas).

No acumulado de janeiro a outubro, o Brasil exportou 4,378 milhões de toneladas, praticamente igual ao volume do ano anterior (4,380 milhões). “O desempenho de outubro foi o melhor desde março de 2023. Com esses números, revisamos as projeções e esperamos encerrar 2025 com crescimento no volume exportado”, avaliou Santin.

A receita de outubro somou US$ 865,4 milhões, 4,3% menor que em 2024 (US$ 904,4 milhões). No acumulado do ano, as vendas externas somam US$ 8,031 bilhões, leve queda de 1,8% em relação ao mesmo período do ano passado.

Destinos das Exportações

Entre os principais destinos, a África do Sul liderou as importações, com 53,7 mil toneladas (+126,9%). Em seguida aparecem os Emirados Árabes Unidos (40,9 mil t; +32%), Arábia Saudita (36,6 mil t; +66,1%), Filipinas (34 mil t; +38,2%) e Japão (29,7 mil t; -25,5%). “A retomada da China deve reforçar ainda mais os resultados na reta final do ano”, acrescentou Santin.