Os vereadores aprovaram ontem o reajuste salarial dos funcionários públicos de Cascavel na sessão noturna realizada pela Câmara, com plenário lotado. A alteração de horário é uma medida da atual Mesa Diretora para incentivar a participação popular nas discussões legislativas e deve ser repetida semestralmente.
Os servidores receberão a inflação de 5,07% dividida em quatro parcelas. Em assembleias, os servidores aceitaram o pagamento de três parcelas de 1,26% nos meses de junho, setembro e outubro, respectivamente, e uma de 1,29% em dezembro. Os cargos em comissão e agentes políticos ficarão fora do benefício. O impacto financeiro estimado será de R$ 7.141.648,74 neste ano e até 2021 R$ 21.755.967,35.
A aprovação teve longo discurso – os oposicionistas criticaram o Executivo municipal devido prorrogar mais uma vez o pagamento do piso nacional a todos os professores. “Continuamos pagando abono salarial aos professores. Tivemos promessa para acabar com isso e até agora nada. Temos ações tramitando na Justiça enquanto não pagarmos o piso essas ações continuarão e essa conta sairá muito mais cara”, afirma o vereador Fernando Hallberg (PDT). São 190 professores que recebem abono para complementar o salário.
Na defensiva, a base trouxe o reajuste como algo importante – ainda mais em um momento de crise econômica nacional. “O servidor será tratado com todo zelo que merece. É mais um passo importante de quem está gerindo as contas públicas”, diz Romulo Quintino (PSC), líder de governo.
O reajuste não põe um ponto final as discussões com os sindicatos – dos servidores públicos e dos professores. O auxílio alimentação a servidores que ganham até R$ 2,8 mil será reivindicado – tem direito ao benefício quem recebe até R$ 2,4 mil. Uma nova reunião está marcada para 10 de julho com a Secretaria de Planejamento e Gestão. A cobrança é que o auxílio também seja reajustado, passando de R$ 216 para R$ 300. Já os professores aguardam reuniões em setembro para discutir outros itens da pauta – principalmente os 2,7% que faltam no piso nacional aos profissionais do magistério. O piso fixado hoje está em R$ 2.557,70. O abono é extensivo aos professores temporários.
Paranhos ressalta direito
Do outro lado da Câmara, no Paço, o prefeito Leonaldo Paranhos (PSC) assinava projetos e autorizações enquanto a sessão era realizada. Ele defendeu o reajuste aos servidores – considerado por ele um direito consolidado que valoriza o funcionalismo. Paranhos afirma que há um diálogo saudável entre o Executivo municipal com as categorias. “Quero destacar a maturidade dos sindicatos. A pauta de reivindicação era maior, no entanto, houve compreensão sobre a situação econômica. Parece pouco, mas esse reajuste terá impacto de R$ 22 milhões – dinheiro este que passa a circular e faz girar a nossa economia”, diz o prefeito.
Reportagem: Josimar Bagatoli